29 de julho de 2007

As últimas pataquadas do Rio 2007

(Mario Vasquez Raña, presidente da Odepa. Também conhecido como mistura de Cláudio Arantes, Carlos Costa e Seo Barriga/Crédito: EFE)

("Viva essa energia" on)

Para tristeza deste blog, encerrou-se neste domingo os Jogos Pan-americanos. Agora teremos que torcer pela insanidade do Comitê Olimpíco Internacional, de forma o Rio de Janeiro receber as Olimpíadas de 2016 e eu poder observar tão de perto tantas pataquadas ao mesmo tempo.

Mas, antes de começar a cantar "Boa Noite Vizinhaça" ("Prometeeermos despedirmos sem dizer adeeeuuuus jamais/ Pois haveremos de reunirmos, muitas veeeeeezzzzeeeeeeeeeeeeeeees mais"), já de olho no Pan do México, vamos às últimas pataquadas do Pan 2007:

Medalha de ouro: Roubo até o final
O Pan acabou e eu ainda não me conformo com o fato de o Brasil ser o único país do mundo que aceita ser roubado em casa. Além dos dois absurdos do judô, tivemos que aturar a desclassificação estranha dos representantes nacionais na classe hobie cat 16 da vela. Só fica uma pergunta: se o barco deles estava errado, por que passou na inspeção da organização?Outra coisa: por que a desclassificação veio logo depois que foi confirmado a medalha de ouro deles e não durante o campeonato? É o Brasil-il-il!

Medalha de prata: Fernanda Abreu e "Me dá um dinheiro aí"
De duas uma: ou eu surtei durante a festa de encerramento do Pan ou eu ouvi os organizadores tirarem um sarro da nossa cara durante o evento, colocando a Fernanda Abreu (socorro!) para cantar: "Ei, você aí, me dá um dinheiro aí!". Pensando bem, resume bem o que foi a organização do Rio 2007.

Aliás, ainda sobre a festa de encerramento, sensacional o pessoal no Maracanã de novo falar "Oiiiiiiiii" para o presidente da Odepa. E de novo a vaia para o Lula (in memorian, no caso). Ponto alto do Pan, sem dúvida.

Medalha de bronze: A final que não houve
Essa já era de se esperar: falta de organização + brejo + tempo cagado no Rio de Janeiro = uma final que não aconteceu!

E ainda dizem que este foi o melhor Pan da história. Ou não.

Menções honrosas entre as pataquadas para o caiaque brasileiro que literalmente virou (sinal?), para o Vanderlei Cordeiro de Lima, que fica semanas treinando na Colômbia, elogia o Lula, mas não foi brasileiro, desistiu e sequer completou a maratona no Rio, para o chileno Adrian Garcia, que conseguiu tomar virada do Saretta (!) na final do tênis, para o André Domingos, que com a vitória brasileira no revezamento 4x100m deu um berro ("aaaaaahhhhhhhhh") não exatamente másculo ao vivo na SporTv e, claro, para a (quase) deserção em massa (ou não) de Cuba.

Agradeço também ao André pela folha de sufite com os dizeres "EU JÁ SABIA!", que ainda será bastante utilizada com o desporto tupiniquim...

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O Canossa no Pan volta em 2011, torcendo pela presença de Roberto Bolaños e professorinha Helena (o mesmo não se aplica à Thalia e aos Rebeldes) na festa de abertura do Pan de Guadalajara, que promete ser o mais brega da história. Arriba!

E, claro, apoiando a idéia de Rafael Lusitano, vamos trabalhar por Governador Valadares-2019 (que será precurssor de São Bernardo-2027)!

("Viva essa energia" off)

28 de julho de 2007

A minha pataquada (Pan, dia XV)

Foi com um pouco de choro e ranger de dentes, mas a seleção de vôlei conseguiu passar pela Venezuela. Digamos que o Bernardinho quase caiu na pegadinha do Navajas, o que ia pegar muito mal para ele depois do corte do Ricardinho. Enfim termina com chave de ouro (pegou o trocadilho? Hã, hã?) uma sexta-feira bastante vitoriosa para o Brasil. Eu quase me senti uma americana hoje dado o grande número de vitórias.

Fiquei bastante feliz por duas delas: a da ginástica rítmica (uma beleza de apresentação) e a da canoagem. A segunda eu explico: há pouco tempo fiz uma reportagem (com direito a "passeio" de barco pela Billings com retorno no meio da neblina) com a seleção brasileira e vi como os meninos batalham forte, junto com os técnicos Pedro Sena e Ákos Angyal, além de serem gente boa. Merecidíssimas as medalhas.

Mas é claro que não faltaram as pataquadas, uma delas protagonizada por mim. Por isso, em uma votação democrática feita comigo mesmo, resolvi me dar a medalha de ouro neste antepenúltimo dia de Pan. Uh-hu!

Medalha de ouro: O feitiço virou contra o feiticeiro
Era a final do boxe, entre o brasileiro e o norte-americano campeão mundial. De cara, o nosso glorioso deportista tupiniquim começa a encher o ianque de pancada. Faz 4 a 1. Ao meu lado na redação, Henrique comenta algo do tipo: "Olha, o Brasil vai ganhar ouro no boxe!". Respondo, na ânsia pela pataquada do dia: "Aposto com você como o americano vai virar no último round".

A luta segue, com o brasileiro sempre à frente. De repente, como se eu fosse a própria Mãe Dinah, minha previsão começa a se concretizar: o norte-americano reage e vai tirando a vantagem do representante verde-amarelo. Faltando mais ou menos um minuto para acabar a luta, ele vira o placar: 6 a 5! Não tenho a menor dúvida: arranco uma folha do meu bloquinho, escrevo em letras grandes "EU JÁ SABIA!" e começo, de maneira fanfarrona, a andar pela redação.

Mas eu não contava com a astúcia do brasileiro: uns 15 segundos antes de se encerrar a luta, ele vai pra cima do rival igual um louco e acerta dois golpes. Ou seja: vira o placar para 7 a 6. E sou obrigada a engolir o ouro legítimo de nosso glorioso esportista que "é brasileiro e não desiste nunca". Como diria Kléber Bambam: faz parte...

Medalha de prata: Viva o Co-Rio!
Claro que depois de mudar o horário da semifinal do vôlei masculino umas três vezes (tem que esperar "Paraíso Tropical" acabar) isso iria acontecer: gente que comprou ingressos pela Internet logo no primeiro dia de vendas (atrasada, diga-se de passagem) para o jogo do Brasil descobriu que na verdade tinha a entrada para ver Cuba contra Estados Unidos.

Traduzindo: o Co-Rio lesou o consumidor que comprou antes seu ingresso e pagou para estar no Maracanãzinho. E quem ainda tentou protestar tomou spray de pimenta da cara da, digamos, enérgica Força Nacional. A solução foi enfiar um monte de gente para ver o jogo de qualquer jeito dentro no ginásio. Além disso, existe a suspeita que alguns ingressos foram clonados.

Fica a questão: será que é tão difícil deixar claro desde o primeiro momento que, se o Brasil passar para a semifinal, independente da posição no grupo, o jogo seria às 22 horas? Não vou discutir os interesses da TV, até porque com ela o patrocínio aparece mais e é disso que vive o esporte. Mas um pouco de competência não faz mal a ninguém. Principalmente àqueles que querem abrigar uma Olimpíada.

Medalha de bronze: o glorioso tênis nacional
está até chato e repetitivo descer a lenha nos tenistas do Brasil, mas são eles que se superam. Este trecho da GE diz tudo:

"Os tenistas brasileiros estão fora das semifinais do torneio masculino de duplas dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro. Poucas horas depois de garantir presença na decisão do torneio de simples, Flávio Saretta voltou à quadra ao lado de Marcos Daniel para enfrentar os dominicanos Victor Estrella e Jhonson Garcia, que acabaram levando a melhor: 2 sets a 1, parciais de 1/6, 6/3 e 11/9.

A virada dos representantes da República Dominicana foi espetacular. Além de terem de superar a pressão da torcida e o peso de ter perdido o primeiro set com apenas um game, os visitantes perdiam o super tie-break (que chega a 10) por 9 a 5 e conseguiram ganhar seis pontos seguidos para fechar o jogo"

Bom, pelo menos neste sábado o Saretta pode limpar um pouco a barra dos tenistas destas terras. Ou não.

Atualizado: Menção honrosissíma deste Pan (trecho retirado do blog do Felipe Held)

"Vacilo: De uns anos para cá, a ESPN Brasil vem dando um show de jornalismo esportivo, apesar de não ter nem de perto a verba e a influência que a Globosat, do Sportv. Às vezes há algumas derrapadas, e uma delas aconteceu há alguns instante. O Pedro Lima conseguiu a primeira medalha pan-americana de ouro do boxe brasileiro dos últimos 44 anos. Logo depois, o pugilista apareceu na redação da emissora instalada na Vila do Pan. Depois das perguntas de praxe, o Dudu Monsanto uma surpresa para o grande campeão: "A sua namorada Jacigleide (!) está na linha, Peu, o que você tem a falar para ela?". Começou. Peu e a gloriosa Dinha (ah, se não fossem os apelidos!) trocaram juras de amor. O auge foi quando o medalhista disse "Meu amor, nada vai mudar entre a gente depois dessa medalha. Você sabe onde eu tenho aquela tatuagem pra você, naquele lugar que eu não posso mostrar na tevê". Ai, Jesus!"

Atualizado II: Menção honrosissíma como "a melhor frase do Pan"
Durante a tarde desta sexta, a Sportv estava passando uma prova qualquer de atletismo e o brasileiro tinha cada vez menos chances de medalha. Aí, o narrador Milton Leite faz a pergunta para o André Domingos, aquele ex-corredor que não se destaca exatamente pela sua masculinidade:

- André, será que o fulano de tal ainda tem chances de medalha?

E o comentárista com uma voz que não se destacou exatamente pela masculinidade:

- Ai, no final, todos os gatos são pardos!

27 de julho de 2007

Marta é ídolo! (Pan, dia XIV)

Se teve um jogo no Pan onde eu gostaria de estar nas arquibancas torcendo para o Brasil foi nesta quinta, no futebol feminino. Tratava-de da oportunidade ideal para eu conhecer o Maracanã: um jogo histórico (pelo menos para as menians era, apesar de o Pan não ser lá grande coisa), com estádio lotado, transmissão ao vivo em três TVs, uma bela goleada sobre as maiores rivais e um show da estrela do time. Nem o Galvão Bueno e o Noronha estavam tão ruins...e ainda teve a fantástica presença do Beijoqueiro!

Quem, há um mês atrás, imaginava um Maracanã lotado e com torcida empolgada para futebol entre mulheres (que, sejamos honestos, estão muito longe de serem bonitas)?. Posso estar entrando no campo do saudosismo, mas vendo pela TV imaginei que o clima no estádio ontem devia ser o mesmo dos tempos em que a seleção brasileira não tinha jogadores babacas que depois de passar dois anos em Portugal voltam falando com o sotaque de lá.

Infelizmente, o problema do futebol feminino no Brasil é ser dirigido pela mesma confederação dos homens. Sem nem entrar no mérito da competência e honestidade da CBF, mas só o simples fato de o futebol masculino ter uma dimensão imcomparável com qualquer outra modalidade no mundo é motivo para as mulheres serem administradas por outra entidade. Bom, eu aposto que as jogadoras da seleção brasileira serão lembradas até Pequim-2008, que já estão bem perto... depois, cairão mais uma vez no limbo do esquecimento. Que ao menos aproveitem para arrumar um bom contrato com um clube do exterior.

Apesar disso, não desisto da minha campanha para o Palmeiras contratar a Marta! Ela é melhor que muito marmanjo por aí...

Vamos às pataquadas desta quinta-feira, o primeiro dia provavelmente da história da humanidade em que o Brasil superou Cuba em um quadro de medalhas. Pedala, Fidel!

Medalha de ouro: Baloubet, a revanche!
Quem acompanha esporte não se esquecerá jamais da maldita refugada do cavalo do Rodrigo Pessoa, o Baloubet du Rouet, nas Olimpíadas de Sidney. Era a última chance de o Brasil conquistar uma mísera medalha de ouro na competição, o brasileiro era favorito, mas ... o pangaré simplesmente resolveu que não iria pular um obstáculo, protagonizando uma das maiores pataquadas do deporto verde-amarelo.

Pois bem, passado o trauma, vivemos uma situação parecida no Pan do Rio: a equipe brasileira é favorita a ganhar uma medalha na prova de hipismo. O time está indo bem, mas ontem, o cavalo de César Almeida, deniminado Singular Joter II, também refugou em um dos últimos obstáculos. Bom, pelo menos o resultado pôde ser descartado e o prejuízo não foi tão grande assim...

Também merece menção honrosa o nome do cavalo do Bernardo Alves: Chupa Chup 2 (!) e o fato da coitada da amazona das Bermudas ou Bahamas, sei lá, ter que correr atrás de seu cavalo revoltado que, além de a ter derrubado, continuou a trotar no percurso...

Medalha de prata: Marcos Daniel e o tênis brasileiro masculino
Em um torneio como o do Pan, composto quase que só por amadores ou atleta mal ranqueado, o tênis nacional ainda consegue fazer feio. Dos três atletas do Brasil, apenas um, Flávio Saretta chegou às semifinais. E claro que não podia faltar a amarelada da modalidade: o gaúcho Marcos Daniel (que quem diria, um dia foi possuído por espíritos e chegou a jogar de igual para igual com o Federer) precisava vencer apenas um game (tinha 1 a 0 no jogo e 5 a 3 na segunda etapa) para eliminar o
argentino Eduardo Schwank (quem?) e conseguiu perder o jogo. Lamentável.

Medalha de bronze: barrigada nos saltos ornamentais
Ontem eu pude ver o que aconteceria se eu disputasse uma prova de saltos ornamentais. Cotado para ficar com uma medalha, o canadense Reuben Ross fez um salto bizarro e deu a famosa "barrigada" na piscina do Maria Lenk. Sensacional. Resultado? Tomou zero de todos os juízes e foi o único eliminado na fase classificatória.

E só porque estou boazinha hoje também vou citar a bonita atitude da torcida que acompanhava as provas da ginástica rítmica nesta quinta. Líder da classificação geral, a canadense
Alexandra Orlando ia muito bem na disputa individual geral, sendo bastante superior às adversárias. O problema é que na prova das fitas seu aparelho quebrou e ela tomou zero de todos os juízes. O público então aplaudiu a garota e pediu uma nova chance, mas como o regulamento não permite isso, ela foi eliminada mesmo.


26 de julho de 2007

O famoso "jeitinho" canadense (Pan, dia XII e XIII)

Essa quase passou despercebida (pelo menos eu só vi na ESPN Brasil) e por isso ganha ouro dentre as pataquadas. Uma das poucas coisas que estava faltando acontecer neste Pan era fraude por parte de atletas. Mas veja bem: estava. E veio justamente de onde o nosso preconceito menos esperava: dos educados e "honestíssimos" canadenses.

Na prova de esgrima do pentato moderno, não é que descobriram que a equipe do Canadá estava usando uma espada fora das especificações? O esquema dos caras era muito simples: um dia antes da prova, quando é feita a inspeção, estava tudo ok com o equipamento. Só que nas 24 horas seguintes entrava em ação o famoso "jeitinho canadense" e a espada era adulterada de tal forma a pontuar sem ter efetivamente tocado no adversário.

Percebendo a facilidade dos rivais (assim até eu...), os brasileiros protestaram. E ainda tiveram que ouvir dos caras que estava tudo bem, que era o equipamento usado para a marcação de pontos que estava errado. Então a organização fez um teste muito simples: trocou a espada por uma considerada normal. E não é que os caras perderam? Feio, muito feio. O Canadá ainda foi punido, mas não o suficiente para tirar o bronze de Joshua Riker-Fox na prova.

Medalha de prata: o glorioso basquete brasileiro

Na maior rivalidade outrosesportianas, tenho minha clara preferência: entre basquete e vôlei sou mais a segunda opção, o que já rendeu grandes embates na redação da GE, onde eu, Marta e Rafael chegamos à conclusão de que todo esporte é coisa de viado. Mas isso fica para outro dia, porque o momento é de malhar o basquete.

Vou me limitar só às seleções porque se começar a falar dos clubes vira covardia. Primeiro, as mulheres, que conseguiram proporcionar outra grande amarelada para o Brasil no Pan. Como pode um time, na despedida de seu ídolo em casa, liderar o jogo praticamente inteiro em uma final de torneio internacional e tomar uma piaba de adolescentes norte-americanas (praticamente o time F dos Estados Unidos) no último quarto?

Tenho a leve impressão de que a seleção feminina agiu de acordo com a lógica do meu primo Hugo: "Ué, se o Brasil ganhou três quartos e os Estados Unidos venceu um, o Brasil ganhou o jogo...". Infelizmente faltou avisar o juiz. E eu nem quero ver o que vai ser daqui para frente sem a Janeth, uma pessoa do esporte que eu admirava. Bom, pelo menos o Barbosa, que ocupava o cargo desde 1916 (mas estava de licença para o Miguel Ângelo da Luz nos dois maiores momentos do time (título mundial de 94 e prata olímpica de 96)), também foi embora...

Claro, e eu não vou nem comentar o fato de o time masculino ter vencido as poderosas Ilhas Virgens (outra grande fonte de piadas infames do Pan) por apenas cinco pontos de diferença. Tudo bem que os caras da NBA não jogaram, mas tomar sufoco de um país com 108 mil habitantes não dá...

Medalha de bronze: mais uma dos hermanos...

Tudo bem que a seleção brasileira masculina de hóquei sobre a grama marcou apenas um gol no Pan e tomou 57. Mas o que isso importa quando a favorita Argentina também amarela e perde a final em um dos poucos esportes que tinha tudo para ganhar o ouro? E o pior: nos pênaltis. Pior ainda: com um erro do melhor jogador do time, que já tinha feito um montes de gols desta maneira. Já está ficando até enjoativo dizer isso, mas... CHUPA, Argentina!

Pataquadas honrosas para os boxeadores brasileiro, que conseguiu perder cinco semifinais ontem e teve que ouvir do Popó, que faltou inteligência (eufemismo detected) - pausa para manifestar minha solidariedade ao Emanuel, que na incubência de fazer a cobertura da modalidade neste fatídico dia usu todas as formas possíveis de se comunicar uma derrota. Também merece citação o torneio de softbol do Pan, que por conta das belas instalações está batendo o recorde de partidas possíveis a se realizar em um dia, para os saltos ornamentais brasileiro, que treinam separados uma prova sincronizada (!), o "descontrole" da Juliana Veloso e, óbvio, os cerca de 98 minutos no qual o Brasil ficou à frente de Cuba no quadro de medalhas. Te cuida, Fidel!

24 de julho de 2007

Esporte de macho! (Pan, dia X e XI)

Marcos, seja bem-vindo. Jaque, também fiquei muito triste pelo Canto (mas o lado bom é que agora ele aparece toda hora na TV porque as pessoas vão querer saber como ele está se recuperando). Yu, prometo que semana que vem essa overdose de esporte acaba. Fábio, mesmo sem o Ricardinho, eu duvido que o vôlei perca o ouro.

Uma das coisas mais legais do esporte é a rivalidade. Exatamente por isso, eu não sou 100% a favor do fair play - claro que eu não estou defendendo racismo em campo e nem que idiotas se matem nas estações do metrô de São Paulo porque um usa camisa verde e o outro preta. Mas que é divertido ver jogos altamente competitivos, repletos de provocações, decisões polêmicas da arbitragem, torcida xingando e nervos à flor da pele que não raramente culiminam em briga, ah isso é...

Enfim, esporte de macho. Nada de aceitar a derrota e dizer que o adversário foi melhor. Neste ponto, eu admiro muito os argentinos e cubanos - e no Pan, os cariocas. Há quem diga que o povo do Rio é mal educado por vaiar os adversários do Brasil. Eu não acho. Exceto em casos de mostram superação pessoal (caso de contusões), vaias dão mais um toque ao espetáculo. O que você prefere: declarações políticas como "temos que respeitar o adversário e seguir as ordens do professor" ou "se não fosse o idiota deste técnico a gente acabava com eles"? Pelo fim do esporte politicamente correto!

Por isso, a medalha de ouro e de prata das últimas pataquadas tem o apoio deste blog. O ponto mais alto do pódio fica com o barraco do judô, que contou com a presença de um pugilista aposentado, a descontrolada Regla Torres e o pacífico Aurélio Miguel. Tudo por causa de um novo roubo de arbitragem contra o Brasil na modalidade. Já bem diz aquele ditado: "Juiz ladrão, porrada é solução".

Em segundo lugar fica o barraco do handebol que contou com esta inacreditável declaração de um "hermano": "Ele (o jogador do Brasil) provocou o tempo inteiro e ainda mostrou a língua quando vez o último gol". HAHAHAHAHAHA. Faltou chamar a mamãe... :-D.

O bronze dentre as pataquadas das últimas horas vai para a zona no campo de softbol, onde o vento revirou tudo e obrigou o adiamento da primeira rodada. Então, peraí: a organização gasta cerca de 5 milhões nesta sede e ninguém é capaz de prever o Rio de Janeiro não está livre de vendavais esta época? Ah, tá. Sem contar o piso zuado do futsal e duas coisas que vi com atraso: a arregada master da americana do vôlei de praia (que fala mal e depois nega) e a poluição que quase matou a Poliana Okimoto.

22 de julho de 2007

Ai, o futebol.... (Pan, dia VIII e IX)

E não é que apenas dois dias da final do vôlei feminino, a seleção de futebol sub-17 me faz uma pataquada digna de levar o ouro nos Jogos Pan-americanos? Tudo bem que eles são moleques e tal, mas já ganham bons salários (acima de 90% dos atletas deste Pan, tenha certeza absoluta) e mostram a mesma arrogância que seus colegas mais velhos. Bem feito.

Perder de quatro do Equador (e ainda foi pouco) não dá. Agora, temos uma semifinal, no mínimo, bizonha neste Pan: Bolívia x Equador e Jamaica x México. Com o detalhe de que o México ficou com a última vaga...

A prata dentre as pataquadas vai para o boxeador brasileiro Davi Souza, que em sua estréia no Pan, estava vencendo o peruano Carlos Zambrano por 5 a 2 na metade do combate. Aí, recuou e passou a fugir do adversário, sem sucesso, até que tomou o golpe do empate no ÚLTIMO segundo. Os juízes, então, agiram com justiça e deram a vitória para quem teve mais iniciativa: o peruano, claro. Nervoso com a própria pipocada, Souza ainda soltou a possibilidade de levar a vaga no tapetão, mas o Brasil desistiu logo em seguida. Tsc, tsc, tsc...

O bronze, por sua vez, fica com a polêmica em torno do corte do Ricardinho e a desculpinha dada pela CBV ("Ele estava cansado"). Pessoalmente eu sou fã do levantador, mas conheço a fama que ele tem de ser um tanto quanto estressado. Anyway, acho que isso não é motivo para afastar o cara do time até porque fiz o desembarque da seleção na terça-feira e o Ricardinho foi - como sempre - extremamente atencioso e parecia superempolgado com Pan. Por outro lado, o Bernardinho também é um cara supercompetente. Que há muita coisa estranha nesta história, há... e só espero que isso não afete o desempenho do time.

Também merecem ser citados o "choro" do México no hipismo, a quase despercebida polêmica na natação, o sarro do Fidel Castro em cima do Zé Roberto e o tênis feminino brasileiro (mas nem no Pan esse povo vai pra frente?). E, para não dizerem que eu só corneto, meus singelos parabéns para a Edinanci Silva (Uhu, Edinaci!), Juliana e Larissa, Thiago Pereira (voltei a torcer para ele depois que esqueceram a dona Rose), a "excelente" transmissão do basquete feminino com o trio parada dura (Galvão, Hortência e Oscar), seleção feminina de handebol, especialmente, claro, a Chana, uma das pessoas que mais deve ter ouvido trocadilhos infames no universo por causo do nome.

19 de julho de 2007

De novo (ou "A maior das pataquadas" - Pan, dia VII)

(Flávio Florido/UOL)

Ainda bem que eu estava de folga hoje. Foi tenso, muito tenso. Precisaria me esforçar muito para conseguir escrever o relato do jogo. Aos poucos, o filme da semifinal das Olimpíadas de Atenas e da decisão do Mundial foram voltando à minha mente. Nunca tive plena confiança neste time, mas estava sim bastante otimista para a final do vôlei feminino no Pan.

Ao término do jogo, o sentimento foi de raiva, muita raiva. É inacreditável como, pela terceira vez, as brasileiras chegam como favoritas a um torneio, têm a vitória nas mãos e desperdiçam. Passadas algumas horas, com a cabeça já fria, sinto um misto de tristeza com perplexidade. Perder depois de ter SEIS match points? E justo para Cuba?

Pessoalmente, eu já tive a oportunidade de entrevistar quase todas as jogadores, exceto a Walewska, Sheilla e Érika. Gosto da grande maioria e mantenho a minha posição a respeito de que o time brasileiro é superior ao de Cuba, assim como era superior ao da Rússia. Só que, como estamos vendo pela terceira vez, não é só o aspecto técnico que ganha jogo. O emocional também conta muito. Esse é o calcanhar-de-aquiles do time. E vai ser cada vez mais, pois esta terceira derrota inacreditável tem tudo para voltar como um fantasma maior ainda na cabeça das atletas.

Eu também queria apontar culpados (as), mas não achei. A tendência é malhar o técnico José Roberto Guimarães. Porém, não concordo com isso: se alguém não teve culpa nesta derrota foi ele. Armou um time direitinho, dada as condições e o pouco tempo de treino que teve. Deixou quem estava rendendo mais em quadra... claro, agora pensando, lembro que talvez ele pudesse ter tirado uma das centrais para colocar a Thaisa. Só que recordo que a Fabiana conseguiu bons bloqueios e já fez excelentes partidas pela equipe, assim como a Walewska.

Talvez fosse o caso de tirar a Sassá para a entrada da Regiane, mas a Sassá era uma das poucas que conseguia encaixar um bom saque ao lado da Fabiana. Suposições, suposições... que, no fundo, para mim iriam todas desembocar na derrota. Vontade sobrou muita, apesar de o time não apresentar nenhuma liderança nata (Paula e Fabiana seriam dois bons nomes, mas parecem ter receio de assumir essa função). O que faltou foi psicológico. Isso faz com que a equipe não tenha uma jogadora considerada a "bola de segurança". Paula e Sheilla foram bem, mas também perderam lances decisivos. Fofão, coitada, também deu o seu melhor.

Não vou cair na fácil suposição de propor o Bernardinho para ser técnico da seleção feminina. Além de considerar o Zé tão competente quanto ele, acho que o assistente Paulo Coco exerce bem a função de gritar com a equipe. E para quem não se lembra, o próprio Bernardo já fracassou com uma geração tão boa quanto essa. Mesmo com nomes como Fernanda Venturini e Ana Moser, ele por duas vezes parou em uma semifinal olímpica em granes pataquadas do Brasil.

Agora, é esperar que até as Olimpíadas de Pequim esse time finalmente trabalhe a parte psicológica e vença. Mas confesso que, pelas estas três pipocadas, nem sinto mais vontade de torcer pela medalha de ouro. Apesar de saber que, daqui a um ano, vou estar de novo em frente da TV querendo que elas finalmente subam ao lugar que merecem: o ponto mais alto do pódio. Por ora, porém, me arrisco a dizer que a seleção feminina vai levar o ouro na eleição da maior pataquada do Pan.

Rapidamente...

A prata nas pataquadas do dia vai para a o vice do judoca João Gabriel Schlittler. Vi a luta e o brasileiro mereceu muito ganhar o ouro contra o cubano. Mas como a organização teve a competência de escalar um compatriota do rival para ser juiz, deu no que deu...

O bronze fica para o bem organizado torneio de beisebol, disputado em um agradável brejo, e que teve sua disputa de terceiro lugar cancelada por causa do atraso na programação. Ainda bem que tudo vai ser destruído depois, assim como foi feito com o dinheiro de quem paga impostos.

Mesmo com medalhas, as pataquadas continuam (Pan, dia V e VI)

Ainda abatidos pela tragédia, voltemos ao Pan. A propósito, como deixei aí abaixo, vou falar de dois dias em um post só porque a Vivax, omprada recentemente pela Net, resolveu recadastrar seus clientes forçando todos a entrarem em um site que não funcionava direito ao invés de usar outro meio (e você só conseguia acessar o "resto da Internet" depois de deixar seus dados).

E finalmente deslanchamos no quadro de medalhas. Apesar das tradicionais amareladas aqui e ali - não me conformo até agora como a Falavigna perdeu aquele ouro -, (ironia on) estamos colhendo os frutos de um país que investe o esporte e tem tudo para, a longo prazo, incomodar os Estados Unidos no quadro de medalhas (ironia off).

Palmas para quem merece: clubes como Pinheiros, Minas, Sogipa, etc. que se esforçam para manter o alto nível dos "esportes amadores" em tempos que não há nenhuma competição "importante" (leia-se Olimpíadas e Pan) . Também merecem elogios os bons profissionais que fazem um trabalho decente em suas respectivas modalidades, caso da ginástica, natação, vôlei... e, claro, a alguns atletas que se superam em meio a confederações completamente desorganizadas.

Que ninguém, entretanto, se iluda: no Pan de Santo Domingo-2003, ganhamos 122 medalhas (28 de ouro, 40 de prata e 54 de bronze). Um ano depois, nas Olimpíadas de Atenas, este número caiu para dez (quatro de ouro, três de prata e três de bronze).

Agora, vamos às melhores pataquadas dos últimos dois dias:

Medalha de ouro: Apesar de o Thiago Pereira ser um excelente atleta, estou quase começando a torcer contra ele. Isso porque eu aguento mais a Globo entrevistando a dona Rose, a mãe do Thiago. E isso gera uma série de comentários, no mínimo, imbecis. Quando ele ganhou o primeiro ouro, nos 400m medley, a emissora trouxe a mulher para a cabine de imprensa onde estava o Cléber Machado. Visivelmente constrangido, ele acabou fazendo perguntas como: "A senhora estava torcendo para quem na prova?". Depois, já na zona mista, o repórter da Vênus Platinada me fala para um Thiago já apressado porque tinha outra prova em seguida: "A sua mãe disse que você é lindo!". Juro.

Medalha de prata: Para a belíssima e bem feita sede do beisebol. Afinal, o que é uma laminha aqui, uma falta de iluminação ali, um placar que nao funciona acolá... e umas boladas em seis torcedores porque o estádio não tem alambrado de proteção? Aliás, excelente trecho da matéria do UOL: "A estrutura do local (provisória e desmontável) é toda ruim. Já seis pessoas se machucaram com boladas pela falta de um alambrado de proteção. O curioso é que a música-tema do filme "Tubarão" toca no sistema de som do estádio, dando um clima de terror para os espectadores."

Medalha de bronze:
Graças a Deus acabaram as provas da ginástica porque assim não terei que suportar mais os comentários da Andréa João, que até entende do assunto, mas tem uma voz bizonha e é completamente histérica: (modo voz de criança on) "Ppaaaaaaaaarrrrrrrrrrrrrrraaaaaaaaaaaaabbbbbbbbbbbééééénnnnnnns, Diego. Isso: você acertou o exercício!"(modo voz de criança off). A mãe dele não faria melhor.

Menções honrosas ainda para a seleção argentina de futebol no Pan, para o ciclismo de pista brasileiro, para o técnico da Natália Falavigna que colocou a culpa da perda (justa) do ouro na arbitragem, para o "aumento" oportunista dos salários do pessoal do taekwondo, o defeito na máquina da fossa olímpica, o cubano desertor que gastou 600 reais para ir de táxi do Rio até São Paulo (pelo menos matou a minha curiosidade de saber quanto custa uma corrida entre as duas cidades) e o hóquei sobre a grama nacional (eu não resisti e fiz até uma nota engraçadinha)

Relaxa e goza, ministra?

Eu sei que muita gente já falou sobre isso, mas não posso deixar de usar este espaço para também deixar o meu recado - mesmo que ninguém se importe com isso.

Apesar da incompetência do governo Lula no setor áereo ter sido mais do que evidenciada pela imprensa, da primeira vez a culpa foi dos controladores de vôo e dos norte-americanos (claro, é sempre bom ter um norte-americano para a gente jogar a culpa de todos os nossos problemas). Agora, eu aposto com quem quiser que a culpa deste novo desastre será do coitado do piloto, que morreu e não terá sequer o direito de se defender. Talvez a mídia também seja culpada, já que só publica notícia ruim. Ou seria a prosperidade do país, Guido Mantega?

O que se vê - de novo -, é cada um tentando "tirar o seu da reta". Por outro lado, também não vou ser hipócrita de só criticar o governo Lula sobre as resposabilidades deste acidente mais que anunciado - mesmo ele tendo muito a responder sobre isso. É fácil falar isso agora, mas por que o governo Fernando Henrique não iniciou a construção de outro aeroporto em São Paulo depois da tragédia com o Fokker 100 da TAM, em 1996? Por que governantes do passado deixaram um cidade inteira crescer ao redor do aeroporto? Por que, assim como acontece quase todo ano no autódromo de Interlagos, gastamos milhões em uma pista mal feita e deixamos tudo por isso mesmo?

As empresas aéreas também têm culpa, já que até a desgraça acontecer, ninguém estava disposto a abrir mão do movimento de Congonhas, o que remete à preguiça das pessoas de uma maneira geral: não foi em apenas uma oportunidade que eu ouvi alguém dizer que "Congonhas é bom porque é central e mais fácil de chegar". Só agora, enquanto choramos nos convencemos que o maior êxito dele é também o seu maior perigo. E ainda temos que lembrar que a tragédia poderia ser bem pior.

Será que mais uma vamos vamos no deixar levar por quem diz que não devemos agir em momentos de comoção? Foi isso o que aconteceu no caso do João Hélio e eu não me surpreenderia em nada se outro menino fosse arrastado pelas ruas amanhã, já que tudo continua igual. Aliás, alguém ainda lembra do João Hélio? Foi apenas mais um em vão, assim como provavelmente serão as vítimas do vôo da TAM. Retratos de um país onde os grandes problemas são tratados com um "relaxa e goza".

PS: Não defendo o fechamento imediato de Congonhas, mas a sua desativação gradual com a construção de outro aeroporto. Interromper as operações lá de uma vez seria um loucura: todo o movimento ficaria para Cumbica e Viracopos, o que nas atuais condições do sistema aéreo verde-amarelo seria criar (mais) condições propícias para outra desgraça.

PS2: Se quiser opiniões muito mais embasadas, leia o blog do Fábio, da Leonor
e do André.

18 de julho de 2007

Aviso

Não atualizei o blog com as pataquadas desta terça porque a Inetrnet em casa resolveu não funcionar. Se a Vivax quiser, a programação volta ao normal na noite desta quarta.

17 de julho de 2007

Psicólogos para o Brasil, please! (Pan, dia IV)

Não tem jeito: entra competição importante, sai competição importante e o Brasil sempre tem pelo menos uma grande amarelada. Como Jade Barbosa, que nesta segunda-feira, estava com a medalha de ouro nas mãos depois de fazer três dos quatro aparelhos na final individual geral da ginástica. Mas caiu na prova final e ficou com o quarto lugar, deixando o pódio para as três norte-americanas...

Sinceramente, eu não acreditava que ela iria levar a premiação mais alta do pódio, até porque as barras assimétricas não são o seu melhor aparelho. Entretanto, pelo menos um bronzezinho era bem possível. O problema é que era visível o estado de nervos da atleta antes da prova decisiva, o que, claro, teve influência no resultado.

Será possível que não existem psicólogos neste país para dar assistências aos atletas? Claro que isso tem muito a ver com o estado no qual o esporte é tratado pelos governos, que querem que resultados excelentes brotem dando 600 reais (atrasados) por mês aos competidores. Mas a seleção de ginástica é um pouco mais organizada e as amareladas também acontecem lá... qual o problema de brasileiro? Por isso, o ouro na pataquada do dia, não adianta chorar, vai para a Jade. Por outro lado, ao que a programação de resultados indica, vamos dar um bom salto no quadro de medalhas nesta terça...desde que não haja um festival de amareladas, claro.

Com a prata entre as pataquadas fica o presidente Lula, que poderia trocar a sua tristeza (ô tadinho, guti, guti...) por trabalho, de forma que bons atletas nacionais tivessem condições de treinar decentemente, o que não houve, por exemplo, no tiro, apesar de todas as expectativas em torno do Rio de Janeiro. :-P. E sobrou até espaço para o bronze, que, atendendo a pedidos de alguns leitores, vai para... Carlos Arthur Nuzman, aquele dirigente que prefere investir em elefantes brancos a dar dinheiro aos atletas.

Para finalizar, apenas mais um trocadilho infame deste Pan: se badminton fosse bom, se chamaria goodminton.

15 de julho de 2007

Meu nome é Zé Pequeno, por-ra! (Pan, dia III)

Olha que ironia: a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro veio com um atleta que é a cara do Zé Pequeno, do filme Cidade de Deus...é só colocar um cabelo rastafari! E o melhor é que a vitória do jogo foi em cima de um peruano, o que proporcionou mais uma série de piadas infames: "Brasil segura Peru para ganhar primeiro ouro". Hã, hã? Pegou o trocadilho?

E a medalha de ouro, dada à pataquada do dia, vai para...
O repórter da Rede Globo, que na transmissão da final do BMX feminino ao vivo no “Esporte Espetacular” chamou o tempo inteiro, a prova de “mountain bike”. Ok, 99% dos pobres mortais não precisa e nem quer saber a diferença entre as duas modalidades do ciclismo, mas a partir do momento que você vai participar da cobertura, o mínimo que se deve fazer é saber o nome da prova.

E, claro, não podemos deixar de mencionar a vitória por 3 a 0 da seleção de futebol na final da Copa América sobre a Argentina. Com certeza uma das motivações dos nossos jogadores para a vitória foi a contundente derrota das meninas do hóquei sobre a grama para as “hermanas” por 21 a 0. A modalidade está vingada. Chupa, Argentina, que também tomou um empate do poderoso Haiti no futebol do Pan!

Ah, a foto de cima é do Marcelo Ferrelli (Gazeta Press)



14 de julho de 2007

As primeiras pataquadas (Pan, dia II)

E finalmente começou o Pan (não, eu não considero aquele jogo no meio da roça e com cara de RockGol como o início do Rio 2007). E com ele as primeiras pataquadas da organização e dos atletas. Vamos às três melhores do dia:


Medalha de ouro: Eu, ganhei?! Como assim?
E a melhor pataquada do dia veio logo de manhã, na prova masculina de maratonas aquáticas. Não é que a toda poderosa Globo e o Co-Ro (no site oficial) anunciaram o venezuelano Ricardo Monastério com o vencedor? Só que quem ficou com o ouro, na verdade, foi o norte-americano Fran Crippen. O atleta da terra do Hugo Chavez foi só o quarto colocado. Como um cara que iria subir ao ponto mais alto do pódio não pega nem medalha? Boa pergunta. Será que o Bush teve que intervir?

Medalha de prata: Gabriel "El Pollo" Mercedes
Trata-se da cena mais engraçada que eu vi em competições nos últimos tempos. O dominicano Gabriel Mercedes tinha uma boa vantagem contra o brasileiro Marcio Wenceslau em uma das finais do taekwondo. Porém, o atleta tupiniquim bravamente foi tirando a vantagem do caribenho até que faltando dez segundos pro fim da luta resolveu partir com tudo para cima do adversário. E não é que Mercedes correu como um "pollo"? Tsc, tsc, tsc..feio, muito feio.

Medalha de bronze: o jogo só acaba quando termina, viu?
Com a experiência de quem ajudou a fazer o conteúdo de um site sobre o Pan, posso afirmar que a Confederação Brasileira de Levantamento de Peso é uma das mais desorganizadas do país. Mesmo assim, tudo caminhava para o esporte ganhar uma medalha de prata. Porém, o verbo ficou no passado mesmo: caminhava. Depois de conseguir uma marca inédita em sua carreira, Aline Campeiro começou a pular em comemoração e acabou rompendo o ligamento do joelho. Consequentemente caiu fora da competição e ficou sem medalha.

Menção honrosa ainda para a bagunça no Morro do Outeiro (sim, um "morro" também é sede do Pan), o cancelamento de jogos de beisebol por causa da iluminação deficiente, a prova do remo que não ia rolar, mas acabou fondo, além da bizarra idéia da assessoria de imprensa do Pan em limitar a quantidade de credenciais para a maratona aquática pegando todos em cima da hora, mas abandonada poucas horas depois. E, claro, não poderia faltar a série de trocadilhos infames provocados pela seleção do Peru. Como diria Tande, no início do jogo da seleção feminina de vôlei: "O Peru vem com uma formação diferente para cima das brasileiras". Ui.



13 de julho de 2007

Sou fã de carioca (Pan, dia I)

(Foto do Pilatos/Gazeta Press)

Esqueçam tudo o que eu já zoei de carioca. Depois do que vi hoje na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-americanos, eu sou fã do povo do Rio de Janeiro. Foi uma das poucas vezes que eu vi a população fazer valer o espírito democrático (Não, não estou falando do show em si, que tenho que reconhecer: foi batuta).

Confesso que fiquei de alma lavada ao ver nosso corrupto e demagogo presidente Lula constrangido ao ser vaiado a cada aparição que fazia no telão instalado no Maracanã. Depois, mais engraçado ainda foi vê-lo ser cortado do discurso de abertura - que tradicionalmente é feito pelo chefe do Estado tanto em Pan quanto em Olimpíadas - por medo da organização de vaias maiores ainda (ou será que ele não conseguiria fazer o discurso em espanhol e inglês?). E olha que ele foi chamado pelo presidente da Odepa, Mario Vasquez Raña e chegou a aparecer na telinha da TV.

Ouvi alguns comentário de que isso foi atitude de "terceiro mundo", que "brasileiro não respeita ninguém", que "como presidente, ele merecia um tratamento melhor", etc, etc. Para quem tem essa opinião, só tenho uma coisa a dizer: quando um governante é bom, ele não recebe vaias. Acho um tanto quanto improvável que as vaias tenham sido armação. Finalmente parte da população brasileira deu uma resposta para um cara que estava se achando mesmo com um país atolado em corrupção em que o povo é conclamado a "relaxar e gozar" por sua ministra.
E viva o Rio de Janeiro!

Ah, e antes que me chamem de "capitalista", "vendida ao sistema", "burguesa", etc, etc, tambám deixo claro que vibrei com as vaias à delegação dos Estados Unidos, da Venezuela e da Bolívia. Mais do que merecidas por todo o papel que estes países têm interpretado nas relações internacionais.

Nota I: Sensacional também a reação do público sempre que o Raña dizia a palavra "Hoy". Ao fundo, ouvia-se um imenso coro: "Ooooooooooooooiiiiiiiii", como se um cumprimento estivesse sendo respondido.

Nota II: Fiquei realmente triste com o corte da Jaqueline, que caiu no antidoping de besteira (assim como a Sharapova, ela também tem celulite). Já tive a oportunidade de conversar com ela que foi bastante gente boa. É uma jogadora de superação, que mesmo tendo passado por duas cirurgias graves no joelho e ter sofrido um problema sério na mão, conseguiu manter um nível suficiente para ser titular na seleção feminina de vôlei.

Semanas atrás tive a oportunidade de fazer uma reportagem sobre a sibutramina, substância que ela utilizou sem querer, e acredito que a versão dela é perfeitamente coerente. Sorte à Regine, que pelo menos na última temporada e nos amistosos antes do Pan, se mostrou perfeitamente apta para estar na seleção. Uma pena que a Renatinha, outra jogadora de quem gosto muito, não tenha sido chamada.



E se você quiser saber o que está por trás do Pan (inclusive seu $$$), visite: www.averdadedopan2007.blogspot.com

4 de julho de 2007

Tarde escatológica

Parece mentira, mas não é. Juro que eu não teria tanta criatividade assim. O fato é que, DE NOVO, eu fui premiada com uma viagem escatológica de ônibus:
Terça-feira, hora do almoço. Eu indo para a Gazeta. Sabe-se-Deus-o-porquê o ônibus não estava passando (e olha que no caso dele a desculpa de trânsito nem cola, porque o corredor é exclusivo). Enfim, isso significa que quando ele chegou, veio com gente saindo até pela janela.

Mas, fazer o quê? Tenho um estágio a zelar e tive que entrar nele mesmo. Posicionei-me ao lado de um banco onde estava uma mulher e seus dois filhos, uma menina de uns sete e um menino de uns quatro anos. Feios. Os três. Não foi por acaso: anos usando a linha me fizeram perceber que mulheres feias com filhos pequenos e feios costumam descer rápido. Logo, eu poderia sentar.

O pensamento estava certo: passaram-se uns dez minutos e eles começaram a pegar as 216 sacolas que levavam dando claros sinais que iam descer. Pensei: "Vou chegar atrasada e terei que ficar mais 30 minutos neste inferno (pausa: viram como eu moro longe? E era só para chegar ao Metrô...) mesmo, mas pelo menos vou sentar! E na janela!".

Faltavam uns 100 metros para o ponto. A mãe já estava de pé e o irmãozinho também, se encaminhando à porta. Eu, posicionando a minha mochila de forma que ninguém pudesse tomar o meu lugar na janela. Quando de repente... a menina tem um acesso de náuseas e vomita no banco. Mais precisamente no chão abaixo do banco. Parece que foi de propósito.

Realmente eu tive mais uma prova de como o meu auto-controle está desenvolvido. Porque faltou pouco para eu pegar a cabeça dela e esfregar em todo aquele líquido amarelo.

3 de julho de 2007

Geração Saúde

Ontem teve teste de flexibilidade na fantástica (e feliz) ginástica laboral da GE. É a segunda vez que passo por isso: no ano passado, acho que atingi - em um esforço sobre humano - uns 15cm. Semanas depois, o resultado apontou que esta seria uma marca muito ruim... mesmo que eu tivesse mais de 69 anos (tenho provas documentais).

O fato é que, mesmo me alimentando pior e dormindo menos que naquela época, eu consegui 21cm desta vez. Uh-hu!
Ah, vou ignorar o fato de que os meus músculos da perna estiveram perto de estourar e a minha patela quase saiu para fora.