13 de julho de 2007

Sou fã de carioca (Pan, dia I)

(Foto do Pilatos/Gazeta Press)

Esqueçam tudo o que eu já zoei de carioca. Depois do que vi hoje na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-americanos, eu sou fã do povo do Rio de Janeiro. Foi uma das poucas vezes que eu vi a população fazer valer o espírito democrático (Não, não estou falando do show em si, que tenho que reconhecer: foi batuta).

Confesso que fiquei de alma lavada ao ver nosso corrupto e demagogo presidente Lula constrangido ao ser vaiado a cada aparição que fazia no telão instalado no Maracanã. Depois, mais engraçado ainda foi vê-lo ser cortado do discurso de abertura - que tradicionalmente é feito pelo chefe do Estado tanto em Pan quanto em Olimpíadas - por medo da organização de vaias maiores ainda (ou será que ele não conseguiria fazer o discurso em espanhol e inglês?). E olha que ele foi chamado pelo presidente da Odepa, Mario Vasquez Raña e chegou a aparecer na telinha da TV.

Ouvi alguns comentário de que isso foi atitude de "terceiro mundo", que "brasileiro não respeita ninguém", que "como presidente, ele merecia um tratamento melhor", etc, etc. Para quem tem essa opinião, só tenho uma coisa a dizer: quando um governante é bom, ele não recebe vaias. Acho um tanto quanto improvável que as vaias tenham sido armação. Finalmente parte da população brasileira deu uma resposta para um cara que estava se achando mesmo com um país atolado em corrupção em que o povo é conclamado a "relaxar e gozar" por sua ministra.
E viva o Rio de Janeiro!

Ah, e antes que me chamem de "capitalista", "vendida ao sistema", "burguesa", etc, etc, tambám deixo claro que vibrei com as vaias à delegação dos Estados Unidos, da Venezuela e da Bolívia. Mais do que merecidas por todo o papel que estes países têm interpretado nas relações internacionais.

Nota I: Sensacional também a reação do público sempre que o Raña dizia a palavra "Hoy". Ao fundo, ouvia-se um imenso coro: "Ooooooooooooooiiiiiiiii", como se um cumprimento estivesse sendo respondido.

Nota II: Fiquei realmente triste com o corte da Jaqueline, que caiu no antidoping de besteira (assim como a Sharapova, ela também tem celulite). Já tive a oportunidade de conversar com ela que foi bastante gente boa. É uma jogadora de superação, que mesmo tendo passado por duas cirurgias graves no joelho e ter sofrido um problema sério na mão, conseguiu manter um nível suficiente para ser titular na seleção feminina de vôlei.

Semanas atrás tive a oportunidade de fazer uma reportagem sobre a sibutramina, substância que ela utilizou sem querer, e acredito que a versão dela é perfeitamente coerente. Sorte à Regine, que pelo menos na última temporada e nos amistosos antes do Pan, se mostrou perfeitamente apta para estar na seleção. Uma pena que a Renatinha, outra jogadora de quem gosto muito, não tenha sido chamada.



E se você quiser saber o que está por trás do Pan (inclusive seu $$$), visite: www.averdadedopan2007.blogspot.com

4 comentários:

Thiago disse...

Não concordo muito com as vaias ao Lula Molusco. Aliás, garanto que muitas destas vaias foram mais por "zoação", "modinha" ou coisa que o valha do que verdadeiramente por protestos. Mas se vaiaram, fica a pergunta: porque APLAUDIRAM os srs. César Maia e Carlos Nuzman, dois senhores que, na minha opinião, mereciam muito mais vaias por terem "organizado" esta palhaçada chamada Jogos Pan-Americanos?

Anônimo disse...

Depois de um gasto absurdo de 4 bilhões de reais, a festa só podia ficar bonitona mesmo. Era o mínimo!

E concordo com o Tico, em parte. Achei lindo o Lula ser vaiado, mas aplaudir César Maia e Carlos Arthur Nuzman foi de doer...

PS - Tô adorando a cobertura do Pan do seu blog, Carol! Não vou perder um dia sequer! :) Beijo!

Anônimo disse...

Vale lembrar porém que, em pesquisa recente, a aprovação de Lula no estado do Rio foi de 68%.

Anônimo disse...

O povo do Rio de Janeiro não estava na abertura do PAN... portanto as vaias não são significativas... elas não são vaias genuinamente cariocas .... enfeiaram aquilo que deveria ser festa.... falta de auto-respeito...
Abraços.... Sergio