Pataquadas olímpicas atrasadas
Ouro - Galvão Bueno
Além de vários deslizes que eu já citei em outros posts, foi extremanente irritante perceber que o Galvão sequer se dá ao trabalho de dar um Google a respeito dos jogos e personagens sobre os
quais ele irá falar na próxima transmissão.
Por exemplo: na decisão do bronze no vôlei de praia masculino, ele simplesmente ficou o tempo inteirinho falando que os brasileiros naturalizados georgianos que enfrentavam o Ricardo e Emanuel jamais tinha ido ao novo país. Mentira. Eu mesma fiz uma reportagem na qual eles contavam toda a história deles.
Para piorar, sr. Galvão ainda queria dar uma de defensor da pátria e ficou metade do tempo criticando o Renatão e o Jorge (que competem com o singelo nome de Geor/Gia) a respeito da decisão deles, que isso era errado, não se devia fazer e tal. Só que o Galvão simplesmente ignora que, se não fosse por isso, uma dupla com a capacidade de chegar a uma semifinal olímpica jamais estaria ainda no esporte, (modo ironia on)visto que nosso país é um oásis de patrocínio e apoio aos atletas...(modo ironia off)
No mesmo jogo, vencido pelo Ricardo e Emanuel, Galvão e a comentarista e ex-atleta Jackie Silva ficaram a outra metade do tempo insinuando que os dois eram que deveriam estar na final, de certa forma desmerecendo o Fábio e o Márcio Luiz, algo que também havia ocorrido quando as duas duplas jogaram na semifinal. Como se não bastasse, no final do jogo, ele ainda ficou o tempo todo insistiando que o Ricardo e o Emanuel iriam se aposentar ("Pode ser o último lance dessa maravilhosa dupla, aproveite"), algo prontamente desmentido por ambos quando foram
entrevistados.
E tem mais: Galvão conseguiu ser ainda mais tosco na decisão do vôlei feminino, jogo no qual confesso fiz questão de ver pela Globo só para ouvir as besteiras dele. Primeiro, ele ficou insistindo o tempo todo que o Zé Roberto era técnico da seleção há oito anos, algo que qualquer
criança com acesso ao Google sabe que não é verdade: o Zé assumiu em 2003.
Quem deveria estar lá para corrigir e pensava-se ter capacidade técnica para isso, também decepcionou: candidato ao posto de pior comentarista das Olimpíadas, Tande além de concordar,
soltou uma pérola na qual dizia que a Mari tinha deixado de ser oposto para virar ponteira apenas um torneio antes das Olimpíadas, o Grand Prix 2008.
Ok, é completamente aceitável que 99,9% da população ignore esta informação, mas quem é do meio e deveria acompanhar vôlei sabe que, há pelo menos três anos, o Zé Roberto começou a mudá-la de posição, fazendo a virar ponteira - tanto que o passe dele, apesar de horrendo na final olímpica, apresentou uma sensacional evolução desde então. Ou então eu estou ficando
louca e passo dados errados para os leitores da GE há uns bons meses sem meu chefe descobrir.
Engana-se, porém, quem pensa que terminou: todo pimpão porque a excelente Natália Falavigna
(cujo embarque foi feito por um único veículo. Adivinhe qual...) tinha conquistado o bronze minutos antes, Galvão conseguiu estabelecer todas as pronúncias possíveis e imagináveis para o FA-LA-VI-NHA.
Mas ele se superou mesmo quando soltou um sonoro: "a nossa lutadora DANIELA FLAVINHA". Doeu, ainda mais por pensar que ele ganha em um mês o que eu vou ter que me esforçar muito , se é que vou conseguir, para conquistar na minha vida inteira.
Uma pena que a idéia de fazer uma campanha nacional para pagar a bala com a qual o governo chinês o mataria só me surgiu agora...
Prata
Em Pequim, por exemplo, o brasileiro Fabio da Silva e o argentino German Chiaraviglio conseguiram a proeza de sequer conseguir pular. O representante tupiniquim, por sua vez, perdeu a concentração e passou direto pela vara, enfiando a cara no colchão de proteção que deveria estar lá para amortecer a queda daqueles que conseguem pular.
Mas, sem querer ficar atrás, o argentino foi lá e se superou, conseguindo um salto de uns 70 centímetros e se esborrachando logo depois. Só vou perdoá-lo porque ele é bem ajeitadinho, ao contrário do brasileiro vade-retro.
Bronze
Olimpíada é o momento da superação, já diz o clichê. Mas, como tudo nesse mundo, há limites. Ou o que dizer do nosso amigo que, de tanto, esforço, resolveu dar uma comida para os peixes depois da prova do C-1 500m da canoagem?
Menções honrosas (adotando um formato que eu deveria ter adotado desde o começo dos Jogos):
+ Piada infame que eu não posso deixar de fazer: será que o Zé Roberto vai agora lançar o livro "Transformando Amarelada em Ouro?"
+ Essa eu só fiquei sabendo depois e me lamento muito por não ter acompanhado. Dizem que o tal do Doutor Osmar, da Band, teve a proeza de declarar vitória do Brasil e chamar os reclames assim que o Brasil marcou o 15º ponto nô primeiro set da estréia do vôlei feminino em Pequim. Acho que o último jogo que esse viu foi em Barcelona-1992...
+ O que dizer do cubano taekwondista (viciei nesta palavra) que meteu um chute na cara do juiz na disputa pelo bronze da categoria até 80kg? Certíssimo. Chega de discursos politicamente corretos no esporte, "onde o importante é competir" e "Londres,
+ Nos saltos ornamentais, nosso gloriosos atletas que são ouro na modalidade "fui mais uma vez passear com o dinheiro do contribuinte" conseguiram pipocar em mais uma oportunidade. O melhor mesmo foi a Juliana Veloso, que tinha tudo para avançar às semifinais, mas conseguiu fazer um salto pior do que eu faria e ficou na zona do rebaixamento. Depois, se justitifou dizendo que tem medo de altura (!!!!!). Tamo bem de atleta...
+ Semana passada, o Lance descobriu qual o segredo da dupla Walsh e May: sempre que vai jogar, a May espalha um pouco de cinzas da mãe (!!!) pela quadra. Pode-se dizer que é uma terceira jogadora? Que proporcionaria o famoso "ponto espírita"? Mais: seria uma forma de doping? Outra: você aceitaria entrar em quadra?