26 de agosto de 2008

Pataquadas olímpicas atrasadas

Essa última semana de Olimpíadas foi completamente estafante e eu infelizmente não tive forças para postar tudo o que queria. Tentando então tirar o atraso, vamos a um pacotão de pataquadas que eu vi, mas não pude colocar aqui.

Ouro - Galvão Bueno

Ele, claro. Juro que até um tempo atrás eu achava que as pessoas pegavam muito no pé do Galvão, que, apesar de algumas cagadas, nosso narrador-mor era injultiçado e tal. Bom, aviso que depois de Pequim-2008 eu mudei completamente de idéia.

Além de vários deslizes que eu já citei em outros posts, foi extremanente irritante perceber que o Galvão sequer se dá ao trabalho de dar um Google a respeito dos jogos e personagens sobre os
quais ele irá falar na próxima transmissão.

Por exemplo: na decisão do bronze no vôlei de praia masculino, ele simplesmente ficou o tempo inteirinho falando que os brasileiros naturalizados georgianos que enfrentavam o Ricardo e Emanuel jamais tinha ido ao novo país. Mentira. Eu mesma fiz uma reportagem na qual eles contavam toda a história deles.

Para piorar, sr. Galvão ainda queria dar uma de defensor da pátria e ficou metade do tempo criticando o Renatão e o Jorge (que competem com o singelo nome de Geor/Gia) a respeito da decisão deles, que isso era errado, não se devia fazer e tal. Só que o Galvão simplesmente ignora que, se não fosse por isso, uma dupla com a capacidade de chegar a uma semifinal olímpica jamais estaria ainda no esporte, (modo ironia on)visto que nosso país é um oásis de patrocínio e apoio aos atletas...(modo ironia off)

No mesmo jogo, vencido pelo Ricardo e Emanuel, Galvão e a comentarista e ex-atleta Jackie Silva ficaram a outra metade do tempo insinuando que os dois eram que deveriam estar na final, de certa forma desmerecendo o Fábio e o Márcio Luiz, algo que também havia ocorrido quando as duas duplas jogaram na semifinal. Como se não bastasse, no final do jogo, ele ainda ficou o tempo todo insistiando que o Ricardo e o Emanuel iriam se aposentar ("Pode ser o último lance dessa maravilhosa dupla, aproveite"), algo prontamente desmentido por ambos quando foram
entrevistados.

E tem mais: Galvão conseguiu ser ainda mais tosco na decisão do vôlei feminino, jogo no qual confesso fiz questão de ver pela Globo só para ouvir as besteiras dele. Primeiro, ele ficou insistindo o tempo todo que o Zé Roberto era técnico da seleção há oito anos, algo que qualquer
criança com acesso ao Google sabe que não é verdade: o Zé assumiu em 2003.

Quem deveria estar lá para corrigir e pensava-se ter capacidade técnica para isso, também decepcionou: candidato ao posto de pior comentarista das Olimpíadas, Tande além de concordar,
soltou uma pérola na qual dizia que a Mari tinha deixado de ser oposto para virar ponteira apenas um torneio antes das Olimpíadas, o Grand Prix 2008.

Ok, é completamente aceitável que 99,9% da população ignore esta informação, mas quem é do meio e deveria acompanhar vôlei sabe que, há pelo menos três anos, o Zé Roberto começou a mudá-la de posição, fazendo a virar ponteira - tanto que o passe dele, apesar de horrendo na final olímpica, apresentou uma sensacional evolução desde então. Ou então eu estou ficando
louca e passo dados errados para os leitores da GE há uns bons meses sem meu chefe descobrir.

Engana-se, porém, quem pensa que terminou: todo pimpão porque a excelente Natália Falavigna
(cujo embarque foi feito por um único veículo. Adivinhe qual...) tinha conquistado o bronze minutos antes, Galvão conseguiu estabelecer todas as pronúncias possíveis e imagináveis para o FA-LA-VI-NHA.

Mas ele se superou mesmo quando soltou um sonoro: "a nossa lutadora DANIELA FLAVINHA". Doeu, ainda mais por pensar que ele ganha em um mês o que eu vou ter que me esforçar muito , se é que vou conseguir, para conquistar na minha vida inteira.

Uma pena que a idéia de fazer uma campanha nacional para pagar a bala com a qual o governo chinês o mataria só me surgiu agora...

Prata

Depois das Olimpíadas de Pequim, uma prova que eu adoraria assistir in loco no meu projeto London-2012 é o salto com vara. Além de acompanhar de perto o 158º recorde mundial da Yelena Gadschiyevna Isinbayeva, em russo Елена Исинбаева, é sensacional ver os losers da modalidade, visto que seus vexames são bem mais engraçados.

Em Pequim, por exemplo, o brasileiro Fabio da Silva e o argentino German Chiaraviglio conseguiram a proeza de sequer conseguir pular. O representante tupiniquim, por sua vez, perdeu a concentração e passou direto pela vara, enfiando a cara no colchão de proteção que deveria estar lá para amortecer a queda daqueles que conseguem pular.

Mas, sem querer ficar atrás, o argentino foi lá e se superou, conseguindo um salto de uns 70 centímetros e se esborrachando logo depois. Só vou perdoá-lo porque ele é bem ajeitadinho, ao contrário do brasileiro vade-retro.

Uma pena que eu não tenha achado esses vídeos em nenhum lugar - se bem que eu vi a cena na ESPN Brasil... será que não tem esse arquivo lá, Fábio?. A do argentino passou no top five do CQC ontem, com direito ao brilhante comentário: "O argentino não encaixou a vara!".

Bronze

Olimpíada é o momento da superação, já diz o clichê. Mas, como tudo nesse mundo, há limites. Ou o que dizer do nosso amigo que, de tanto, esforço, resolveu dar uma comida para os peixes depois da prova do C-1 500m da canoagem?

(Que Phelps, que nada! A foto dos jogos é esta!)

Menções honrosas (adotando um formato que eu deveria ter adotado desde o começo dos Jogos):

+ Piada infame que eu não posso deixar de fazer: será que o Zé Roberto vai agora lançar o livro "Transformando Amarelada em Ouro?"

+ Essa eu só fiquei sabendo depois e me lamento muito por não ter acompanhado. Dizem que o tal do Doutor Osmar, da Band, teve a proeza de declarar vitória do Brasil e chamar os reclames assim que o Brasil marcou o 15º ponto nô primeiro set da estréia do vôlei feminino em Pequim. Acho que o último jogo que esse viu foi em Barcelona-1992...

+ O que dizer do cubano taekwondista (viciei nesta palavra) que meteu um chute na cara do juiz na disputa pelo bronze da categoria até 80kg? Certíssimo. Chega de discursos politicamente corretos no esporte, "onde o importante é competir" e "Londres, que assim como a África do Sul é logo ali, a gente tenta de novo. E o comandante concorda. Mas, por outro lado, não posso deixar de observar: eta povinho encrenqueiro esse de Cuba....

+ Nos saltos ornamentais, nosso gloriosos atletas que são ouro na modalidade "fui mais uma vez passear com o dinheiro do contribuinte" conseguiram pipocar em mais uma oportunidade. O melhor mesmo foi a Juliana Veloso, que tinha tudo para avançar às semifinais, mas conseguiu fazer um salto pior do que eu faria e ficou na zona do rebaixamento. Depois, se justitifou dizendo que tem medo de altura (!!!!!). Tamo bem de atleta...

+ Semana passada, o Lance descobriu qual o segredo da dupla Walsh e May: sempre que vai jogar, a May espalha um pouco de cinzas da mãe (!!!) pela quadra. Pode-se dizer que é uma terceira jogadora? Que proporcionaria o famoso "ponto espírita"? Mais: seria uma forma de doping? Outra: você aceitaria entrar em quadra?

13 comentários:

Anônimo disse...

Puxa, Carol... tô triste com a decadência técnica do hermano German. Troquei uma idéia com ele no Pan - ele foi o único que se revoltou com a disputa da final debaixo de um temporal - e o menino fala português... que bonitinho! Aprendeu na escola! Pena que de campeão mundial júnior ele tenha se tornado tão loser...

Anônimo disse...

A pior notícia do fim da Olimpíada é o fim da seção "Pataquadas Olímpicas" deste blog, hehehehe... Que Londres-2012 chegue logo!

E você perdeu o melhor: Galvão Bueno dando piti no IBC! Fui lá só duas vezes, usando um tal de "Day Pass" (porque eu não tinha credencial), e dei sorte de presenciar esse momento patético. Sensacional!

Anônimo disse...

Fiquei com uma dúvida: o que a Walsh/May vai fazer quando não tiver mais as cinzas da mãe?

Se aposentar?

Porque eterna ela definitivamente não é...

Anônimo disse...

Fiquei com uma dúvida: o que a Walsh/May vai fazer quando não tiver mais as cinzas da mãe?

Se aposentar?

Porque eterna ela definitivamente não é...

Anônimo disse...

Odeio o blogger. Viro spammer aqui!

Desculpa! =)

Anônimo disse...

Bom, primeiro o mais odioso do tal do Osmar da Band é essa coisa de chamarem ele de doutor. Doutor de que? De quem? Ficava meio ridículo durante as transmissões.

Agora, o mais foda foi o Galvão Bueno desmerecendo o Márcio e Fábio. Teve uma hora que o "seca-pimenteira" tava tão indignado que pensei q ele iria descer na arena e tirar os dois de quadra.


mais uma coisa:

"Depois, se justitifou dizendo que tem medo de altura (!!!!!). Tamo bem de atleta."

isso é verdade????????


alivio: que bom que as olimpíadas acabaram, agora posso terminar minha dissertação. essa porcaria vicia!

Unknown disse...

Parabéns pelo blog, moça Canossa!

Eu nem sou fã de esportes (aliás, meio que não gosto deles) e adorei o blog! Li quase tudo!

Já já te linko lá no meu.

See ya!

Anônimo disse...

O dr. Osmar é chamado assim porque ele é médico! Pobre Hipócrates...

Anônimo disse...

amanda, eu até sabia q ele era médico. parece q já até operou a virna e outros atletas. mas querer ser chamado assim numa transmissão? pelamordedeus!


hipócrates remexe nas catatumbas!

Anônimo disse...

Doutor Osmar pra lá, Doutor Osmar pra cá, e já faz 10 dias que acabou a Olimpíada, eu tô quase voltando... e nada de atualizações por aqui, Carol? Humpf!

Fiquei mal acostumado depois das impagáveis pataquadas olímpicas. Vê se volta a escrever logo, viu?

Beijo (ainda) pequinês!

Anônimo disse...

Apoio total e irrestrito às palavras do Fábio: Volta Caolina!

Carolina Maria, a Canossa disse...

De volta após um longo e tenebroso inverno (??)...

Amanda - Sério, que, além de bonito, o tal argentino ainda é gente boa? Ah, então está perdoado por ser tão loser, vai...

Fábio - Conta aí o piti do Galvão, vai. O máximo que eu ouvi foi que ele chegou para a final do vôlei feminino correndo, cinco minutos antes de começar, todo suarento e arrumando a calça, seja lá o que isso signifique.

Monte - Tudo é uma questão de controle: basta você dosar as cinzas de mamãe de acordo com o tempo de carreira que você pretende ter. Duro é se sobrar... Ah, genial o seu lado spammer. Eu até me sinto importante quando vejo tantos comentários juntos.

Cris-bh - Sim, o Galvão estava absurdamente irritante no vôlei de praia, junto com a Jaqueline, que seguia o mesmo estilo sou-amiguinha-do-Ricardo-e-Emanuel. Quanto à dissertação, já conseguiu terminá-la neste meu período de ausência?

João - Obrigado pelo elogio, moço João. Desculpe não ter lhe respondido antes - um misto de cansaço extremo pós-Pequim e falta de organização mesmo causou isso. Mas o seu blog já está linkado aqui.

A todos - Com o tal do Osmar chamado de doutor ou não, I'm back. Desculpem pela longa ausência e "obrigado pela audiência" durante os Jogos, impulsionada pelos links do Marmota, Lelê, Held, Bianchin e Mané (desculpe se esqueci algum outro). Tentarei escrever com mais frequência aqui neste espaço.

Anônimo disse...

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