29 de dezembro de 2007

Recesso

Dentro de algumas horas estarei adentrando as abeçoadas terras das Minas Gerais. Por lá, ficarei uns 20 dias, afinal até (ex-)estagiária tem direito a férias decentes um dia.

Será meu primeiro Reveillon sem São Silvestre desde a virada 2005/2006. Estou com saudade de assistir a prova pela TV enquanto a família está preparando o jantar na cozinha.

Provavelmente, os lugares pelos quais passarei não me fornecerão muita disponibilidade de acesso a Internet. Mas eu também não queria mexer muito. Quero descansar é no interior, na roça de preferência, bem longe dessas mudernidade de computador.

Celular também não vai funcionar, até porque a grande Vivo não oferece seus preciosos serviços por lá. Isso significa que o meu aparelho morre depois da placa "Divisa São Paulo - Minas Gerais". Dizem que um dia a rede deles vai atravessar este marco. Esperemos para ver.

Por isso, este blog e esta blogueira estarão em recesso até meados do dia 23 de janeiro. Escrevi menos do que gostaria nesta temporada, mas quem sabe o atraso não é tirado em 2008. Será também o ano de arrumar a vida novamente. Vamos ver no que dá.

Antes de partir, gostaria de desejar um bom ano a todos que prestigiaram os textos deste blog (mesmo os que não comentam há muito tempo), que começou meio sem querer e foi capaz até de me arrumar novos amigos e estreitar laços com outros.

Até 2008!

24 de dezembro de 2007

Natal

Ao invés de desejar muita paz, saúde, amor e todo aquele blá, blá, blá que teremos esquecido no dia 26, aproveito a data natalina para postar um achado dos anos 70. Coisa de gênio.

19 de dezembro de 2007

Hohoho

A empresa de ônibus que me leva todos os dias para São Paulo resolveu introduzir o "Ônibus do Papai Noel" neste final de ano. Em resumo, trata-se de um veículo cheio de pisca-pisca e com o motorista vestido como o Bom Velhinho. Ele funciona normalmente, inclusive andando tão (ou até mais) lotado que os outros carros.

Isso me leva a pensar que tal situação só pode ter duas origens:

1- Tem gente que faz de tudo para ganhar um adicional neste final de ano e incrementar a ceia.

2- Os anos de neoliberalismo de FHC e Lula afetaram até mesmo o Papai Noel, agora obrigado a fazer hora extra para presentear as crianças.

12 de dezembro de 2007

Quer sacanear, Deus? Então joga logo um raio!

“Não há almoços grátis”, diz um velho ditado norte-americano.

E é claro que os céus iriam me cobrar com juros e correção monetária a semana de felicidade que eu descrevi abaixo.

Pois bem. Na função de “setorista” de vôlei, eu estava escalada há alguns bons dias para fazer a pauta mais legal desta semana: entrevistar o Bernardinho, que nesta quinta estará em Santos. Acontece que o evento começa às 19 horas.

Até aí tudo bem. Pessoas dotadas de grande sensatez planejariam o que a minha chefia planejou: como São Bernardo (vulgo onde eu moro) é o meio do caminho entre Santos e São Paulo (vulgo onde eu trabalho) e a pauta, sem muita previsão de término, é de noite, nada mais natural que o motorista da GE fazer um pequeno desvio de dez minutos e um terço de litro de gasolina para me deixar em casa, local em que eu publicaria a nota, já que (pombas!) eu trabalho em um site.

O problema é que o setor de transportes daquele lugar é regido por um mantra: “Burocracia! Burocracia!”. Ou seja: eles simplesmente se recusaram a me deixar em casa, visto que estagiário não pode ter essa mordomia (!) e nem era tão tarde para se deixar ninguém em casa (!). Quanto mais um estagiário, bah, estes seres inferiores. Em resumo: por mais que a minha chefia protestasse, o transporte se convenceu que era mais simples que eu passasse ao lado da minha casa (meu destino final), mas só desembarcasse a 22km dali ainda mais nesta cidade que à noite mais se assemelha com os níveis de segurança da Suíça.

Enfim, resolveram não arriscar meu pescoço e colocaram o Felipe para fazer a pauta. Pelo menos ele é competente.

Mas isso é só o começo. Esta semana é a entrega dos brindes de Natal da Fundação. E só esta semana. Repare: justamente na semana em que meus pais estão fora do Estado de São Paulo e eu não tenho carona para cá. Ou seja: teria que me virar para trazer as duas cestas e o peru no ônibus. Já prevendo isto, puta da vida por ter perdido a pauta legal, e com o objetivo de minimizar a fadiga, resolvi deixar uma das cestas na redação para levar depois e trazer a outra hoje. Não era pesada, mas era volumosa.

Sempre com a mentalidade de evitar a fadiga, peguei uma puta fila no ônibus, de maneira a ir sentada. Quinze minutos depois, eu finalmente consigo me acomodar em um banco segurando a maldita cesta.

Não deu outra: bastou dois pontos para o ônibus quebrar e todo mundo (e olha que tinha muita gente) ter que descer.

Ainda com pensamento de evitar a fadiga, esperei os apressadinhos embarcarem nos dois ônibus seguintes, que foram absolutamente lotado. Só no terceiro consegui me acomodar com a minha maldita caixa. Obviamente não consegui sentar de novo, mas uma moça simpática e que estava sentada se ofereceu para carregar o meu brinde de Natal.

Tudo seguia bem, quando dez minutos depois, o ônibus morreu do nada. O motorista conseguiu ressuscitá-lo, mas mal andou dois quilômetros e ele (o ônibus) morreu em definitivo.

Inacreditável: em cerca de 25 minutos, dois ônibus em que eu estava quebraram! E justo quando eu carregava uma cesta de Natal, o que me consolaria no dia em que eu perdi a pauta mais legal da semana por burocracia.

(Detalhe sórdido: São Paulo/São Bernardo vive uma linda noite de chuva)

Fiz o restante do trajeto pensando que alguém ainda ia me roubar a cesta ou me prédio estaria com um avião encravado. Cheguei em casa com cara de louca e molhada (já que resolvi ligar o foda-se e não abrir o guarda-chuva). A cesta idem.

Por via das dúvidas, já liguei para minha mãe em Salvador e mandei ela levar uma foto minha na benzedeira. Só pode ser encosto.

Coisas do cotidiano

E então você pensa que depois de terminar quase tudo o que você tinha que terminar no ano, finalmente vai parar de se estressar e tomar involuntariamente atitudes bizarras.

Mas o mundo não é assim.

Dois minutos antes de você sair de casa com previsão de volta somente para a noite, Margarida, sua diarista, avisa que vai dar uma rápida saída para levar a filha da vizinha – também cliente dela – até o ônibus escolar. Até aí, nada demais.

Obviamente, ela não cumpre esta tarefa em dois minutos, o que significa que você não a vê antes de se retirar. Roupa lavando, móveis fora do lugar e rádio ligado. A porta é trancada. Antes, você passa no apartamento de uma terceira vizinha para lhe devolver um livro.

Devolve e vai embora. Passa pela portaria e Margarida não está lá com a criança (Manu). Provavelmente ainda teve que terminar de arrumar a menina. Enquanto isso, os outros habitantes da casa encontram-se simplesmente fora do estado de São Paulo.

Minutos mais tarde, já no ônibus, o clique: “Caramba, será que ela tinha a chave para destrancar a porta?”. Em seguida, a tranqüilidade: “Ah, mas a porta de casa está com um problema e não fecha sem chave!”. No minuto seguinte: “Não, eu não tenho certeza de que a porta estava realmente trancada antes de eu passar a chave. Será que não estava só entreaberta e eu não percebi?”.

Na falta de uma certeza, você espera chegar no trabalho, localizado a mais de uma hora de distância, para ligar até sua casa. Afinal, bastam um ou dois toques, ela atende e a dúvida se dissipa. É certo que tê-la trancado para fora de casa seria uma tremenda sacanagem, mas pelo menos as vizinhas para as quais ela trabalha podem ajudá-la a chegar em casa.

Talvez ela nem precise voltar com roupa de faxina, vai que tenha alguma muda em outro apartamento. O certo é que o celular dela continuará em cima da mesa descarregando. Mas nem que se Margarida estivesse com ele adiantaria ligar, afinal sempre esqueço de marcar este maldito número no meu aparelho. O número só está disponível na agenda da sala.

Você chega ao trabalho e sua primeira atitude é ligar. Toca, toca, toca e cai na caixa postal. Tudo bem, ela pode ter saído para comprar alguma verdura. Dez minutos mais tarde: toca, toca, toca e cai na caixa postal. Bom, ela pode ainda não ter voltado. Mais cinco minutos: toca, toca, toca e cai na caixa postal. Mas será o Benedito? O sacolão é do lado de casa.

A esta altura do campeonato, a reza começa a ser para não chover como no dia anterior, o que significaria casa encharcada, visto que as janelas ficaram abertas. Será que ela ficou com raiva? Bom, você tem a consciência tranqüila que foi sem querer. Nossa, será que o feijão não estava cozinhando? E você já imagina uma tampa de panela de pressão encravada no teto de sua cozinha, que, claro, está cheirando queimado. Também começa a pensar nas desculpas que vai dar depois.

O tempo passa e você não consegue falar com ela. Fazer o quê? O jeito é rir de sua desgraça. Quem sabe na volta você não encontre na porta de seu apartamento absolutamente encharcado, um capitão do Corpo de Bombeiros, a síndica com cara de poucos amigos, uma multa na mão e uma multidão curiosa?

Mas graças a Deus isso não aconteceu. Nunca senti tanto alívio ao chegar em casa e ver que tudo estava na mais perfeita ordem. Tenho a impressão que um dia ainda vou destruir minha casa sem querer. Ontem, foi quase.

10 de dezembro de 2007

Caaaabbbôôôôôôôôô

Em um e-mail despretensioso mandado durante uma tarde inossa qualquer, o Emanuel conseguiu resumir os últimos sete ou oito dias:

"Aniversário, Corinthians rebaixado e um 10,0 no TCC. Eu não me lembro de ter tido uma semana tão boa na minha vida"

(Agora, todos este universitários terão direito à cela especial se aprontarem por aí/ Foto: Canossa Press)

Foram mais ou menos uns 225 e-mails trocados (sem contar as respostas), noites mal dormidas, duas viagens, duas idas à pizzaria da Mooca, vários velhinhos como fontes, diversas piadas ruins, duas trocas de pasta de dente por creme contra acne, uma descida errada em estação do Metrô, uma tentativa involuntária de descer na escada rolante que subia e milhares de horas sob o efeito de stress. Mas, nasceu.

E, por incrível que pareça, dá até saudade.

Obrigado a Hugo, Césinha e Roberto, apesar de em certas horas eu ter certeza de que tudo aquilo ia desandar. Obrigado a todos que nos suportaram. Obrigado a todos que compareceram pessoalmente à banca. Obrigado a todos que mesmo sem estar lá pessoalmente deram uma força (e vocês são muitos, mesmo que não saibam disto: não irei listar nomes porque acabaria sendo injusta com alguém - para o bem ou para o mal).

2 de dezembro de 2007

O terceiro maior orgasmo futebolístico da minha vida

(Crédito: Thiago Bernardes/UOL)

Não sei bem ao certo, mas creio que a primeira grande lição de vida que eu tive, ainda nos tempos de criança, foi a de que o mundo dá voltas. Muitas voltas, aliás. Nem que demore anos. E eu digo (olha que estou boa de previsões este ano): não vou morrer sem ver Santos e São Paulo na Segundona.

Seja bem-vinda, Lusa. Dane-se a Libertadores.