21 de junho de 2008

Como sobreviver a acidentes de avião

Conforme alguns de vocês devem ter notado, há cerca de um mês atrás eu descobri que morro de medo de avião. É claro que isso não vai fazer com que eu deixe de sair voando por aí, mas sim a falta de dinheiro. Como a melhor coisa para superar seus medos é conhecer suas chances de sobervivência, resolvi pesquisar sobre o assunto. Ok, ok, isso é metira: na verdade eu liguei a TV a cabo neste sábado e me deparei com um documentário da Discovery Channel sobre como sobreviver a acidente aéreos. Então, anotei algumas dicas e coloco no blog na esperança de que ninguém precise usá-las, mas, se precisar, saiba o que fazer para minimizar a chance de morrer.

Antes, a frase que abre o documentário:

"Um avião é basicamente um tubo de alumínio, cheio de gente dentro, com um monte de material inflamável e lotado de combustível. Agora, é só colocar isso tudo correndo a 200km/h em uma pista"

Tive vontade de desligar a TV esta hora e permanecer a uns 100km de qualquer avião pelo resto da minha vida. Mas, como a pilha do meu controle remoto está fraca, eu não consegui executar a a ação e ouvi a parte de estatísticas, que me aliviaram bastante e me fizeram seguir em frente.

Vamos a elas, então:

De acordo com a Discovery, cerca de 3 milhões de pessoas andam de avião todos os dias. Desde os anos 60 até atualmente, ocorreram cerca de 550 acidentes nos Estados Unidos, com 55 mil vítimas - um número bastante pequeno, portanto. Destas, 95% sobreviveram. De um modo geral, a chance de ter acidentes com sobreviventes é de 90%.

Mas... como eu posso ser um sobrevivente? Seguem as dicas, pois bem:

1. Se você perceber a iminência de um impacto, adote a posição correta, com a cabeça entre as pernas. Isso diminui as consequências da desaceleração da parte superior de seu corpo, já que a inferior estará protegida pelo cinto de segurança (usar o cinto é fundamental, dã). Também ajuda a evitar lesões causadas pelo impacto de sua cabeça com o banco da frente;

2. Evite viajar na primeira fileira, porque neste caso não há bancos da frente para amortecer o impacto (leia dica acima para proceder direito);

3. Se for possível, viaje em um banco que tenha airbag. Infelizmente, por algum motivo as companhias aéreas não costumam comprar este item, então encontrá-lo é uma questão de sorte muito grande. Encontrá-lo e ainda sofrer um acidente é estatisticamente quase impossível, mas vai saber...;

4. Saiba desafivelar o cinto. Segundo estudos, boa parte das pessoas que sobrevivem ao impacto morrem porque não conseguem se livrar do cinto de segurança. Normalmente, isso é fácil (off topic: não para mim, mas eu sou um caso à parte), só que em situações de extremo stress, as pessoas lembram-se do que é mais comum na vida delas, ou seja, o cinto do carro, no qual é necessário apertar um botão. Então, mantenha a calma e lembre-se que você está em um avião e não em um automóvel;

5. Em caso de queda na água, só acione o colete salva-vidas depois que sair do avião. Como ele flutua, não permitindo que as pessoas nadem, muitos acabam morrendo afogados porque a água está tomando conta de tudo e elas não conseguem se locomover;

6. Normalmente, a água ao redor do avião fica repleta de combustível, um material espesso que dificulta o nado. Tome cuidado com isso;

7. Se você já saiu do avião que caiu na água, mantenha-se abraçado com alguém e em grupos: além de isso ajudar a manter a temperatura corporal de todos, facilita a visualização das equipes de resgate;

8. Tenha um plano de fuga do avião em mente durante a viagem. Uma boa dica é contar o número de filas de poltronas até a saída de emergência. Assim, você poderá tatear e se orientar melhor caso a fumaça tome conta de tudo e você não consiga achar as luzes de referência no chão;

9. Se for o caso, prenda a respiração para evitar inalar o ar cheio de fumaça. Relatos de sobreviventes dão conta que a inalação destes gases te deixam sem energia. Daí, para a inconsciência e para a morte não é um caminho muito longo. Em geral, a fumaça demora a chegar na parte de baixo do avião, então, se for o caso, arraste-se. Estudos mostram que você tem aproximadamente 90 segundos até a fumaça tomar conta de tudo;

10. Caso esteja acompanhado de alguém, combine o que fazer em um caso destes: sair do avião o mais rápido possível. É tétrico, mas evita que você perca um tempo desnecessário tentando achar quem já se salvou, o que coloca sua própria vida em risco. E nunca, jamais volte para buscar alguém: bote na cabeça que, indo no sentindo contrário da fila que quer sair do avião, você sé vai atrapalhar a saída e a consequente sobrevivência de todos (já viu a largurinha daquele corredor?), inclusive a sua e a de quem você quer salvar;

11. Canossa, existe um lugar mais seguro para se sentar? Tecnicamente não, porque para isso você precisaria saber a posição exata da colisão, o que só é possível se você for vidente (e burro, porque se prever que o avião vai cair, não entrará nele). Porém, contudo, entretanto, a região das asas tem a fuselagem reforçada. De qualquer forma, o ideal é se sentar nas sete fileiras mais perto das saídas de emergência porque assim você diminui as chances de se deparar com um desesperado que não segue a regra 10.

O único problema é que como eu só andei de avião duas vezes, eu não lembro direito onde ficam as saídas de emergência, mas eu conto assim que descobrir. Ah, e normalmente a chance de as pessoas na parte traseira morrerem é maior que na dianteira. Lembram-se de Lost? Então...

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Obviamente nada disso vai adiantar se você for uma pessoa muito azarada e estiver em um avião como o TAM JJ3054, o Gol 1907 ou o TAM 402. Mas a solução aí é só uma: rezar. E o Nossa, Canossa! não vai poder fazer nada por você.

13 de junho de 2008

Como obter uma informação (versão que se espalhou)

Por motivos éticos (ha-ha-ha), eu não vou revelar o nome da pessoa, mas segue-se diálogo ocorrido alguns dias atrás.

- Alô?

- Alô... é o Cuca?

- Sim, é ele...

- Aqui é fulano da Gazeta Esportiva, tudo bom?

- Tudo.

- Então, é verdade que você fechou com o Santos?

- É, sim.

- Até quando?

- Final do ano que vem.

- Você está pensando em algum reforço pro time e tal?

- Não penso em reforços ainda. Vou tocar o jogo no final de semana para avaliar a equipe para depois pensar em algo. O meu pensamento é o mesmo do Marcelo Teixeira, do Dr. Norberto e da diretoria do Santos, então, vamos devagarzinho.

- Certo... e você já tem uma meta inicial?

- O meu objetivo é a vaga na Libertadores.

- Tá, agora... será que você poderia me dizer o quanto vai ganhar no Santos? É mais que no Botafogo?

- Olha, meu amigo, isso não se fala... Por exemplo, se eu te perguntasse, você não me diria quanto você ganha...

- Oitocentos e quarenta e cinco reais e sessenta e dois centavos. Eu sou estagiário.

- .......

- ???

- Tá bom, eu falo. Vou ganhar o mesmo que no Botafogo.

12 de junho de 2008

Não pára, não pára, não pára...

Gente, eu nunca pensei que um dia iria dizer isto, mas o Corinthians só me dá alegria!

3 de junho de 2008

Por um fio

Em certo momento da minha vida eu também quis ser médica. Até estava disposta a ficar mofando um milhão de anos no cursinho, mas tive sensatez suficiente para perceber que, com minha cabeça de vento, era melhor errar uma ou outra reportagem que (eufemismo on) mandar alguém para o outro plano (eufemismo off).

Mas tem gente que não pensa como eu.

Há alguns dias, minha avó está internada no Hospital do Servidor sob a justificativa de que esta era a melhor forma de se realizar uma série de exames de rotina - eles demorariam anos para serem feitos se dependessem somente da boa vontade da marcação de consultas pelo método tradicional.

Pois bem, acabaram por descobrir algo na barriga dela, Deus-sabe-lá-o-que, porque aí já é pedir demais para os médicos do SUS. Aparentemente não era tão grave, mas seria necessário um exame mais detalhado para enfim descobrir-se exatamente do que se trata.

Enquanto isso, ela ficava hospedada no hotel, com alguns indultos a cada determinado período de tempo. Para se comunicar com a família, até tinha autorização para dar uma escapadinha fora do hospital e ir até o orelhão.

Pois ontem chega um médico no quarto e diz que a equipe médica havia optado por operá-la de uma vez, pois de uma cajadada só saberia-se o que era e já iniciaria-se o tratamento. Ah, tá, achei estranho, mas como eu não fiz curso de açogueira, deixei quieto.

Aí que hoje à tarde meu pai me liga e conta que não houve operação nenhuma, pois já na sala de cirurgia uma boa alma resolveu fazer as contagens das plaquetas da minha avó. Descobriu que elas estavam abaixo do normal, o que em outras palavras significa que, se ela fosse para a mesa, provavelmente não iria sobreviver.

Sim, ela quase morreu à toa. E eu espero que ninguém que eu goste nunca mais dependa de certos "doutores".