9 de abril de 2008

Já estava escrito?

Na semana passada uma grande amiga minha não pôde finalmente conhecer a minha casa nova (que já nem é mais nova) porque pegou conjutivite. O que pode ser uma banalidade (e na verdade é) me fez parar para pensar sobre como um pequeno detalhe pode mudar o rumo de sua vida.

Isso porque eu me lembrei que em meados de 2003, quando estava no terceiro colegial, eu também peguei conjutivite. Começou com uma pequena coceira no olho de manhã. Prevenida que sou, ainda passei um pouco de água buricada no local, mas admito que fiz isso "nas coxas".

Fato é que a situação foi piorando ao longo do dia, a ponto de na hora do almoço um amigo meu insistir fervorosamente para saber o motivo pelo qual eu estava chorando. Naquele tempo, últimos meses da saudosa ETELG, eu passava o dia inteiro fora estudando e resolvi não ir para casa.

Acontece que por volta das 17 horas a situação ficou insustentável e eu tive que ceder. Dentro do ônibus, percebi que as pessoas me olhavam com cara de "Por que essa menina chora tanto?". Chegando em casa, a primeira coisa que meus pais fizeram foram me levar no oftamologista.

Diante do médico, a coisa já estava tão preta que eu mal conseguia enxergar, de tanto que os meus dois olhos estavam inchados. O diagnóstico não poderia ser outro: lavar constantemente o rosto, muita água buricada e repouso para não sair transmistindo conjutivite por aí.

Faltavam poucos dias para o ENEM e a possibilidade de eu abdicar da prova começou a ser seriamente cogitada, afinal nem era uma coisa tãããão importante assim. Mas acabei me recuperando a tempo de fazer a prova, pela qual consegui cinco pontos extras no processo seletivo da Cásper Líbero.

E esses cinco pontos foram decisivos para que eu entrasse na faculdade da Avenida Paulista. Não fosse por eles, eu teria tomado bomba do vestibular da antena e, como já tinha me dado mal na Fuvest, ficaria pelo menos seis meses à toa. Um tempo mais que suficiente para que pudesse mudar de idéia sobre o curso ou a faculdade por exemplo.

Mesmo que tivesse mantido a escolha, teria entrado em outra sala, provavelmente só conheceria boa parte de meus amigos casperianos de vista (ou nem isso) e não teria feito o teste para entrar na Gazeta Esportiva. Pelo menos, não aquele teste. Sem estágio lá, eu não conheceria várias pessoas bacanas do ambiente de trabalho e nem teria o emprego que tem hoje. Talvez, sequer este blog existisse. E tudo por causa de uma conjutivite.

6 comentários:

Felipe Held disse...

Hahahahahahahahaha!

Olha só: eu também tive conjuntivite no terceiro colegial, mas ela não foi determinante na minha vida. Por causa dela eu apenas briguei com a minha então melhor amiga e, depois disso, a nossa amizade nunca mais foi a mesma.

Enfim, um pequeno detalhe pode mudar bastante a nossa vida. E isso me deixa um pouco surtado, sempre à espera de um pequeno detalhe.

Em todo caso, obrigado pelo elogio na parte final do seu texto. :)

Unknown disse...

Caramba Canossa....
nem vou ler mais horóscopo
acho melhor, a partir de agora, ir ao médico toda semana

Anônimo disse...

Hahaha, genial!

A graça da vida está nos detalhes, né? Benditos sejam eles!

E bendita seja essa sua conjuntivite. O jornalismo brasileiro ganhou uma baita repórter e, de quebra, eu pude conhecer uma garota muito legal.

:)

Thá disse...

Lendo o seu post também comecei a lembrar dos "detalhes" que também me levaram à Cásper. Se não fossem eles, tantas histórias não tinham sido escritas, né?!

Beijos, Carol

Anônimo disse...

É normal que meus olhos tenham começado a coçar ao ler esse post? Vc já trabalhou com hipnose? O.o

Carolina Maria, a Canossa disse...

Held -Obrigado, Felipe. E, relaxe: como esta própria história mostra, tais detalhes aparecem quando você menos espera (ou não).

Hugo -Todo cuidado é pouco. Procure uma numeróloga a partir de agora.

Fábio -Você é um gentleman, Fábio. Eu é que preciso agradecer até o final dos dias por ter me recuperado rápido da conjutivite. Talvez hoje eu fosse somente mais uma burocrata de banco, com metas de vender X apólices de seguro por mês. Éca.

Thá -É verdade. Mas conte os seus detalhes também! (modo clichê on)Não fosse por eles a vida seria bem mais sem graça...(modo clichê off)

Trotta -Não acredito que você descobriu que este é um post subliminar...