10 de agosto de 2007

Pânico

Que o plantão da TV Globo e sua musiquinha apavorante deixam muita gente assustada não é segredo para ninguém. Em mim, por exemplo, aquela melodia provoca tremedeiras instântaneas e me faz sair correndo de qualquer lugar para diante de uma TV com o objetivo de acompanhar ao vivo última grande desgraça do mundo ou ver quem foi a última personalidade a bater as botas.

Na verdade, faz tempo que eu não vejo um plantão. Tenho a impressão de que, no sentido de preservar a integridade cardíaca de seus telespectadores, a Globo diminuiu um pouco o uso deste recurso. Mas o plantão já está tão colado no imaginário popular como sinônimo de morte que provoca reações inacreditáveis nas pessoas.

Por exemplo: na casa da minha avó, o telefone fica posicionado de forma que você não consegue ver a TV, mas ouve muito bem o áudio do aparelho. Certa vez, dona Margarida falava com minha mãe ao telefone, com a televisão ligada. Conversavam sobre assuntos do dia-a-dia, nada demais. De repente, toca aquela sinfonia do apocalipse.

Minha avó (desesperada):

- AI, MEU DEUS! PLANTÃO!

Sem nem pensar, desliga o telefone na cara da minha mãe, quase derruba tudo o que encontrou pelo caminho e sai correndo para frente da televisão.

Cinco minutos depois, mais calma, minha avó liga de volta:

- Ah (quase que decepcionada), morreu um homem aí que eu nem sei quem é...

A vítima da vez havia sido o escritor mineiro Fernando Sabino. Imaginem se ela soubesse que era...

3 comentários:

Anônimo disse...

Bem lembrado, é verdade mesmo... Faz tempo que não ouço a música do plantão. Ainda bem: também sempre tive medo dela, hehehe.

Thiago disse...

Ao que me parece, os globíferos não tem utilizado mais o plantão mesmo. Quando acontece alguma catástrofe, eles tão entrando direto na programação mesmo, sem avisar nem nada...

Aliás, "Pânico" num é da tal da RedeTV!?

Yuri disse...

A Globo faz lavagem cerebral na gente. Outro dia eu comecei a ouvir a musiquinha de abertura do Jornal Hoje num vídeo do Youtube e me deu uma fome do cão a uma da manhã porque eu sempre almoçava com a tevê ligada. Memória auditiva-estomacal, sabe?

A mesma coisa acontecia com musiquinha do Fantastico. Ou quase, porque na verdade ela deixava todo mundo deprê em casa.

Enfim, sempre quando eu terminava aqueles textos do Orf eu gritava no meio da redação: "ACABOOOOOOU! É TETRAAAAAA! É TETRAAAAAA!". Faço isso até hoje mas agora é com os textos daqui do trabalho.