Interlagos, dia 1
Pouco antes das dez horas da noite e eu cruzando Diadema de volta para casa depois de mais uma maratona de trabalho esta semana. Na cabeça, as lembranças de um Kimi mais solícito que em 2007, porém ainda Kimi, um Hamilton bem mais baixinho do que eu imaginava, a estranheza de ter ficado a menos de meio metro do Alonso mais-tampinha-ainda, o Massa que eu não aguento mais ver, além de Nelsinho e Rubinho, outras figurinhas tarimbadas. Sem contar um sem-número de pessoas antes só vistas na TV e que - óh - existem mesmo.
No meio daquele monte de gente também voltando de seus respectivos trabalhos, eu só tentava ter idéia de quantas risadas irônicas eu seria vítima caso começasse a contar que, eu ali no meio de todos eles, tinha "passado o dia" junto com tais nomes. No mínimo, iam fugir do ônibus no ponto seguinte achando que eu estava prestes a colocar fogo em tudo.
Vida de repórter é estranha mesmo.
Bom, hoje foi a minha estréia de verdade no circo da Fórmula 1. Até o ano passado, o meu máximo era ir até o último dia que Interlagos estava aberto para a galera, a quarta-feira antes do GP. Mas esse ano eu consegui a credencial, aliás, a mais bonita que eu já vi. Estava aberto parte daquele mundo que parece só estar na TV.
Para quem tem curiosidade de saber como é cobrir um GP, vou tentar passar algumas impressões aqui. A primeira é que você inevitavelmente vai se perder a caminho da sala de imprensa e/ou coletivas em sua estréia e nenhum funcionário será capaz de te passar essa simples informação. Então vai andar, andar, andar com uns 200kg de equipamento nas costas até descobrir que era bem perto e você deu um monte de volta à toa.
O segundo aspecto importante é estar com a auto-confiança em dia. Porque dinheiro não significa necessariamente educação e o povo da Fórmula 1 é meio escrotinho mesmo, que diga a assessora da Renault e o carinha da McLaren encarregado de distribuir bloquinhos para os jornalistas, que praticamente os tacava na mesa. Cheguei a temer pela tela do laptop.
O terceiro é descobrir que a sala de imprensa é um lugar gigantesco, com 1437 mesonas em que cabem uns 15 negos cada e que já estão devidamente marcadas - quando você, chega escolhe algum lugar (no meu caso, aleatoriamente) e permanece lá até o final dos tempos. Ah, lá no fundão tem lanchinho, água e refrigerante, mas você vai demorar alguns bons minutos até ter certeza que é "di grátis". Bom, ao menos alguma coisa tem que ser assim, já que o wi-fi custa os olhos da cara (e olha que os meus são azuis).
Descobrirá também que nas coletivas os pilotos com sotaques mais estranhos parecem desconhecer o microfone só para ajudar no seu trabalho de adivinhação. Aliás, é bem mais fácil entender quem não tem o inglês como língua materna, como o accent Leste Europeu do Kubica e o accent espanhol do Alonso, que puxa todos os erres como o Galvão Bueno quando vai exaltar o Ronaldinho. Ok, nem tanto.
Sim, você também estará cercada de gringos por todos os lados e perceberá atitudes estranhas deles, como começar a falar alto sozinho "Son of a Bitch" olhando a tela do computador, dar dois socos na mesa que você também está, levantar e sair falando "What a fuck" e depois voltar todo simpático com a menina da organização dizendo-se australiano. Desculpem o preconceito, mas a partir de hoje eu vou partir da premissa que todo australiano tem um quê de Dado Dolabela.
No meio daquele monte de gente também voltando de seus respectivos trabalhos, eu só tentava ter idéia de quantas risadas irônicas eu seria vítima caso começasse a contar que, eu ali no meio de todos eles, tinha "passado o dia" junto com tais nomes. No mínimo, iam fugir do ônibus no ponto seguinte achando que eu estava prestes a colocar fogo em tudo.
Vida de repórter é estranha mesmo.
Bom, hoje foi a minha estréia de verdade no circo da Fórmula 1. Até o ano passado, o meu máximo era ir até o último dia que Interlagos estava aberto para a galera, a quarta-feira antes do GP. Mas esse ano eu consegui a credencial, aliás, a mais bonita que eu já vi. Estava aberto parte daquele mundo que parece só estar na TV.
Para quem tem curiosidade de saber como é cobrir um GP, vou tentar passar algumas impressões aqui. A primeira é que você inevitavelmente vai se perder a caminho da sala de imprensa e/ou coletivas em sua estréia e nenhum funcionário será capaz de te passar essa simples informação. Então vai andar, andar, andar com uns 200kg de equipamento nas costas até descobrir que era bem perto e você deu um monte de volta à toa.
O segundo aspecto importante é estar com a auto-confiança em dia. Porque dinheiro não significa necessariamente educação e o povo da Fórmula 1 é meio escrotinho mesmo, que diga a assessora da Renault e o carinha da McLaren encarregado de distribuir bloquinhos para os jornalistas, que praticamente os tacava na mesa. Cheguei a temer pela tela do laptop.
O terceiro é descobrir que a sala de imprensa é um lugar gigantesco, com 1437 mesonas em que cabem uns 15 negos cada e que já estão devidamente marcadas - quando você, chega escolhe algum lugar (no meu caso, aleatoriamente) e permanece lá até o final dos tempos. Ah, lá no fundão tem lanchinho, água e refrigerante, mas você vai demorar alguns bons minutos até ter certeza que é "di grátis". Bom, ao menos alguma coisa tem que ser assim, já que o wi-fi custa os olhos da cara (e olha que os meus são azuis).
Descobrirá também que nas coletivas os pilotos com sotaques mais estranhos parecem desconhecer o microfone só para ajudar no seu trabalho de adivinhação. Aliás, é bem mais fácil entender quem não tem o inglês como língua materna, como o accent Leste Europeu do Kubica e o accent espanhol do Alonso, que puxa todos os erres como o Galvão Bueno quando vai exaltar o Ronaldinho. Ok, nem tanto.
Sim, você também estará cercada de gringos por todos os lados e perceberá atitudes estranhas deles, como começar a falar alto sozinho "Son of a Bitch" olhando a tela do computador, dar dois socos na mesa que você também está, levantar e sair falando "What a fuck" e depois voltar todo simpático com a menina da organização dizendo-se australiano. Desculpem o preconceito, mas a partir de hoje eu vou partir da premissa que todo australiano tem um quê de Dado Dolabela.
4 comentários:
E ainda tem disposição para escrever, meu Deus!!!!!
Sorte, Carol, e dê um beijo na simpatia do Ron Dennis
Hahahahaha, adorei sua previsão sobre o Massa. Que horror, Carol! Você é muito cruel, hehehe. ;)
E parabéns, de novo, viu? Hoje foi mais um dia que acompanhei as suas notinhas (e as do Felipe também, não?) na GE. Mó orgulho!
Se der Hamilton, vou acertar este ano - pode consultar aí nos arquivos de comentários do blog: antes mesmo do início do campeonato, eu cravei Lewis campeão. Mas vou torcer muito para o Alonso tirá-lo da prova. Seria lindo!
Peraí, quais são os 200 Kg de equipamento que vc carrega? O.o
Vamos poder ver a credencial??? Troco pela minha do Piloto da Vez 2007!!! :)
E pare com a campanha antiaustralianos!!
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