30 de março de 2007

Minha primeira vez

Rá! Se você pensou em revelações íntimas e extremamente pessoais ao ler este título, desculpe lhe decepcionar: não é nada disso que você imaginou. Até entendo o seu lado, mas o Google e seus zilhões sites eróticos estão aí exatamente para suprir estas necessidades pessoais sem que ninguém - somente seu mouse - saiba disso. O "minha primeira vez" a que me refiro é a ida ao Parque Antártica no sábado passado, na ocasião do jogo diante do Marília.
Ok, ok. Eu sei que é realmente uma vergonha eu, como palmeirense e aprendiz de jornalista esportivo, jamais ter pisado no templo sagrado do futebol. Só não se esqueça de que eu moro longe e por conta disso, como definiu um certo amigo da cidade que tem um rio e um time chamado XV ("Cra cra cra"), sou mais modesta. Sem contar que a Barra Funda/Perdizes/Pompéia/Sumaré é um pouco (muito) longe.
Mas a ocasião ajudou, a companhia era agradável e lá estava eu, vestindo a camisa reserva com um (ex) número 10 estraçalhado por uma pessoa que não era lá muito boa das idéias e teve a brilhante ação de passar ferro de passar em cima do número. Quem tem camisa de futebol pode imaginar o resultado disso. O 10 virou algo próximo disso aqui: ה
Mas tudo bem, tudo bem. O importante é que depois de quase duas horas, com o time em campo estava quase atrás do gol, perto da Mancha Verde, sentindo o estádio literalmente balançar. Interessante ver como tinha tanta gente ali dentro (15 mil e uns quebrados, segundo divulgação posterior), já que eu passei pela sincera impressão de ter visto 90% das entradas nas mãos de cambistas, que se espalhavam feito baratas. Será que na Copa-2014, com o super-ultra-master-moderno-novo-estádio-paulista-que-vai-ficar-lá-no-fim-do-mundo vai ser assim?
O jogo terminou 3 a 2 para o Verdão e confesso que fiquei com medo de ganhar fama de pé-frio. Graças ao São Edmundo e a trave, porém, vencemos. Entretanto, análises de movimentações táticas a parte - e é bem mais fácil ver isso quando se está no estádio - o mais interessante foi notar o comportamento das pessoas na torcida. Sem contar a competição entre as organizadas para ver quem grita uma coisa diferente mais alto, o estado de transe coletivo é muito engraçado. O "filho da p..." do minuto atrás vira o herói do jogo. O gênio vira o "filho da p...". O juiz também. Aliás, todo mundo vira "filho da p..." para certas pessoas.

É meio insano, mas é legal. Especialmente quando a torcida começa gritar para colocar o mascote no lugar do Osmar. Especialmente quando a companhia agradável sugere a entrada do mascote no lugar do Osmar e dá uma bela idéia para o restante da torcida. Que já tinha sido xingado de "filho da p...", claro. Depois de experimentar voltarei mais vezes ao templo sagrado. Não sem antes mandar uma lata de tinta branca para a Marginal, de forma a apagarem a inscrição "Primeiro campeão mundial" que existe em um muro por aquelas bandas. Afinal, finalmente fez-se justiça a um título ganho em um Maracanã com 100 mil pessoas, entregue pelo próprio Jules Rimet e contra os melhores times da época (e não babas como Al qualquer coisa e Auckland sei-lá o que).

4 comentários:

Anônimo disse...

A cutucada no final, é claro, foi fundamental.

Eu me lembro da minha primeira vez no Parque Antártica também. Foi em 2005, quando eu tinha acabado de chegar a São Paulo. Matei uma aula e arrastei um amigo meu (colorado) para ver o jogo contra o Deportivo Táchira pela Libertadores.

Ganhamos por 3 a 0, com dois do Warley (do Warley!!!). Comecei a achar que eu dava sorte. Mas também achei ridículo como que eu, recém-chegado do interior, via fácil a entrada das organizadas e a venda de ingressos por parte dos cambista.

Copa 2014. Estamos f...!

Anônimo disse...

Poxa, Carol, devia ter passado aqui em casa pra tomar um café... Eu moro do lado do "templo do futebol" de vocês (risos).

E sobre o tal título que a Fifa reconheceu: bom, parabéns. Será que vai ter festa no cemitério da Dr. Arnaldo??? Hehehe.

Beijo

Anônimo disse...

Ai, eu não resisto... E o Palmeiras, hein?

Hihihi...

:P

Anônimo disse...

Sua próxima missão futebolística é a Rua Javari. Eu devo aproveitar a semana santa para conferir Juventus x Paulista no sábado, e se você não estiver fazendo nada muito agradável, está convidada.

Estou te devendo uma resposta há um tempo: fui setorista do seu time por alguns meses, já que o titular da época, exímio goleiro, se contundiu gravemente e ficou meses de molho.