31 de janeiro de 2008

Da série: "Coisas futebolísticas bizarras do mundo"



Então, tá.

28 de janeiro de 2008

Pequeno causo cotidiano

Eu devo ser um caso raro na história da metafísica: quanto mais eu envelheço, menos idade as pessoas me dão. Já nem ligo mais quando alguém me diz: “Nossa, mas você tem cara de 16 anos!”. Difícil mesmo é alguém acertar de cara quantas primaveras eu já comemorei.

Mas tem coisas que extrapolam todos os limites.

Cenário: Uma loja de sapatos em São Bernardo do Campo
Data: 24 de janeiro de 2008.
Horário: Aproximadamente 15 horas (horário de verão de Brasília)
Idade corrente: 22 anos, um mês, duas semanas, seis dias, 23 horas e 40 minutos (dados não muito precisos).
Personagens: Eu, minha mãe, amiga da minha mãe, vendedora 1 e vendedora 2.

Amiga da minha mãe experimenta um sapato sob olhares da vendedora 2, que segura a caixa do dito sapato.

Alguns metros distante, eu experimento um sapato de salto não muito alto, com o objetivo de usá-lo no baile da minha formatura. Minha mãe e vendedora 1 emitem as suas respectivas opiniões.

Minha mãe: “Acho que este vai ficar bom com o vestido longo que a gente comprou!”
Vendedora 1: “Também acho. (Dirigindo-se a mim) Você vai usá-lo onde?”
Eu: “Na minha formatura, mês que vem”

Durante o diálogo, amiga da minha mãe e vendedora 2 se aproximaram de nós.

Vendedora 2 (intrometendo-se na conversa): “Nossa, mas formatura esta época?”
Minha mãe: “Mas pelo que eu saiba, formatura sempre foi no começo de ano: janeiro, fevereiro, no máximo em março...”
Vendedora 2: “Ué, no meu tempo, formatura do GINÁSIO era no fim do ano!”

O pior é que ela falou sério. E eis que eu me pergunto: de que adiantaram quatro anos de faculdade se eu continuo cara de bebê? Ou será que eu sou superdotada e nem me dei conta disto?

21 de janeiro de 2008

Bocaiúva

Cidade onde minha mãe nasceu e uma considerável parte da minha família reside, a mineira de Bocaiúva (369km ao norte de Belo Horizonte e 955 da praça da Sé) tem cerca de 45 mil habitantes e é a cidade natal do saudoso sociólogo Betinho e seu irmão Henfil. Além disto, é denominada pelos próprios habitantes locais como a "terra do 'já teve'". Carnaval de rua? Bocaiúva já teve. Cinema? Também. Milagre de santo? Yes. Escola de samba? Não só uma, mas três. Invasão de cientistas gringos e manchetes em todo o mundo por causa de um eclipse total do sol? Já teve.

Ainda há muita coisa boa por lá e eu poderia gastar muitas linhas falando delas. Mas isso fica para depois. Sim, porque neste primeiro post de 2008 gostaria de apresentar os leitores que ainda frequentam este espaço a coisa mais fodástica de Bocaiúva. Infelizmente, por ser uma propriedade privada, pouquíssimas pessoas tem acesso a este lugar. Na verdade, muitos habitantes da cidade nem imaginam que ele existe. Por sorte, este magnífico banheiro verde-e-rosa pertence aos meus parentes:

(Não é uma beleza? Fotos: Canossa Press)



O melhor: o autor desta obra prima da decoração tupiniquim é meu ascendente direto, meu avô José Alves da Silva, mais conhecido na cidade como Zé de Deca (ou Dedé para o povo mais antigo). A casa, porém, não pertence mais a ele e sim ao seu cunhado, ou meu tio-avô, Ourival Souto (mais conhecido como Loro Souto), a quem a vendeu em meados dos anos 70. Mesmo ampliando a residência, Loro fez questão de manter o banheiro original, apesar de ele ter bem menos uso nos dias atuais. Não, não é reflexo de uma família com intestino preso, mas sim porque atualmente há um outro banheiro na casa melhor localizado e, portanto, mais frequentado.

Mesmo assim, o banheiro verde-rosa ainda está em perfeito funcionamente. Trata-se de um privilégio fazer necessidades fisiológicos em ambiente tão exótico. Sem jamais ter manifestado qualquer preferência carnavalesca pela Estação Primeira de Mangueira, meu avô Zé de Deca explicou, com exclusividade ao Nossa, Canossa!, porque fez um (modo exagero on) lavabo tão criativo e ousado, rompendo paradigmas da decoração conservadora de banheiros (modo exagero off).

"Aquilo lá é o seguinte: a casa foi construída há mais de 40 anos. Eu fiz muitas casas para aqueles lados e cada uma tinha que ser diferente da outra. Então, fiz o banheiro daquelas cores, porque uma coisa importante é você pensar na claridade. Aquele outro banheiro da casa de Loro, por exemplo, é muito escuro. A gente tem que ter criatividade também", explica Seo Zé, ao mesmo tempo em que nega, aos risos, ter pensado em fazer decoração semelhante na casa que terminou de construir poucos meses atrás.

Orgulho.