Fooooiiiii por medo de avião*....
A semana foi cansativa, fato especialmente impulsionado porque eu levantei por volta das 4h30 da manhã na última segunda-feira e só fui dormir umas 23 horas - neste meio tempo, contabilizei aproximadamente umas 13 horas de expediente ou quase dois dias de trabalho. Mas, apesar disto, será um dia que ficará guardado na área de boas lembranças da minha memória. Tecnicamente não foi, mas vou considerar para sempre o dia 19 de maio como "a primeira vez que andei de avião na vida".
Digo tecnicamente não foi porque já havia quando tinha cinco anos de idade, em uma viagem para Minas. Mas acontece que eu não lembro de nada e esta oportunidade só não se perdeu na memória para sempre por causa de um ou duas fotos da janelinha que eu tenho aqui em casa, além da impagável história de que eudei escândalo no aeroporto porque um homem, vulgo funcionário da Varig, estava roubando a minha mala. Mamãe diz que foi difícil me convencer de que não era bem um roubo que estava acontecendo. Pobre é fogo.
Bom, desta vez eu estava mais grandinha e não fiz escândalo por causa da mala. Na verdade, nem havia mala, porque a viagem foi rápida (ida e volta no mesmo dia) e um mochila de mão, ao melhor estilo rodoviária, era mais que suficiente. Mas eu juro que não faria escândalo se houvesse uma mala. Aliás, dei até sorte porque a fila no meu check-in estava infinitamente menor que a de outros vôos nacionais da mesma companhia.
- A senhora poderia fornecer um número de telefone para contato?
- Claro. Pode ser meu celular?
- Infelizmente, não. Tem que ser um número que não seja somente seu.
- Mas por quê?
- Er... porque se o avião cair, senhora, nós temos que contatar a sua família.
- ....
Enfim, segunda-feira foi a primeira vez na vida que eu também enfrentei um atraso em vôo. Foram cerca de uma hora e meia a mais na ida. Porém, como o vôo havia sido marcado bem cedo justamente considerando-se vestígios do caos aéreo brasileiro, pouco importava. Como primeira a chegar na sala de embarque, estava mais preocupada em olhar a cara dos outros passageiros e tentar descobrir quem seria cada um em Lost caso aquela joça caísse em uma ilha no meio do Atlântico. Tinha uma loira falsa meio masculinizada que não desgrudava de um homem. Certeza que era uma mistura de Kate com Ana Lucia. Até o Jack eu vi, só que mais acabadinho.
Além do atraso, segunda pela primeira vez eu enfrentei mudanças na sala de embarque em cima da hora e fiz minha primeira peregrinação por Congonhas. Neste caminho, acabei topando com alguém que eu acho que era a Adriana Esteves, com uma puta cara fechada e de sono. Como eu iria embarcar na Ponte Aérea, imaginei que como boa global ela pegaria o mesmo vôo, de maneira que eu pensei que se aquela joça caísse, meu nome mal apareceria no jornal porque o assunto seria a morte dela em mais uma tragédia aéra brasileira.
Como vocês podem perceber, eu estava meio obsessiva com a idéia daquele 737 da Varig cair. Sim, segunda-feira descobri que eu tenho medo**. Depois de pegar o onibusinho até o meio da pista (aliás, o que são aquelas duas sucatas de Vasp em um cantinho de Congonhas?) e subir no avião, minha mão começou a suar e meu cérebro começou a rodar dentro da caixa craniana.
Descolei um lugar na janelinha, bem ao lado da asa, o que aumenta ainda mais a sensação de tontura. Quando as turbinas são ligadas e aquele negócio começa a correr só te resta torcer. O problema é que como você não tem referência nenhuma nunca sabe o que está por vir. E sua cabeça só martela aquele acidente de 1996, enquanto o avião, já no ar, vira para a esquerda a fim de acertar a rota.
Digo tecnicamente não foi porque já havia quando tinha cinco anos de idade, em uma viagem para Minas. Mas acontece que eu não lembro de nada e esta oportunidade só não se perdeu na memória para sempre por causa de um ou duas fotos da janelinha que eu tenho aqui em casa, além da impagável história de que eudei escândalo no aeroporto porque um homem, vulgo funcionário da Varig, estava roubando a minha mala. Mamãe diz que foi difícil me convencer de que não era bem um roubo que estava acontecendo. Pobre é fogo.
Bom, desta vez eu estava mais grandinha e não fiz escândalo por causa da mala. Na verdade, nem havia mala, porque a viagem foi rápida (ida e volta no mesmo dia) e um mochila de mão, ao melhor estilo rodoviária, era mais que suficiente. Mas eu juro que não faria escândalo se houvesse uma mala. Aliás, dei até sorte porque a fila no meu check-in estava infinitamente menor que a de outros vôos nacionais da mesma companhia.
- A senhora poderia fornecer um número de telefone para contato?
- Claro. Pode ser meu celular?
- Infelizmente, não. Tem que ser um número que não seja somente seu.
- Mas por quê?
- Er... porque se o avião cair, senhora, nós temos que contatar a sua família.
- ....
Enfim, segunda-feira foi a primeira vez na vida que eu também enfrentei um atraso em vôo. Foram cerca de uma hora e meia a mais na ida. Porém, como o vôo havia sido marcado bem cedo justamente considerando-se vestígios do caos aéreo brasileiro, pouco importava. Como primeira a chegar na sala de embarque, estava mais preocupada em olhar a cara dos outros passageiros e tentar descobrir quem seria cada um em Lost caso aquela joça caísse em uma ilha no meio do Atlântico. Tinha uma loira falsa meio masculinizada que não desgrudava de um homem. Certeza que era uma mistura de Kate com Ana Lucia. Até o Jack eu vi, só que mais acabadinho.
Além do atraso, segunda pela primeira vez eu enfrentei mudanças na sala de embarque em cima da hora e fiz minha primeira peregrinação por Congonhas. Neste caminho, acabei topando com alguém que eu acho que era a Adriana Esteves, com uma puta cara fechada e de sono. Como eu iria embarcar na Ponte Aérea, imaginei que como boa global ela pegaria o mesmo vôo, de maneira que eu pensei que se aquela joça caísse, meu nome mal apareceria no jornal porque o assunto seria a morte dela em mais uma tragédia aéra brasileira.
Como vocês podem perceber, eu estava meio obsessiva com a idéia daquele 737 da Varig cair. Sim, segunda-feira descobri que eu tenho medo**. Depois de pegar o onibusinho até o meio da pista (aliás, o que são aquelas duas sucatas de Vasp em um cantinho de Congonhas?) e subir no avião, minha mão começou a suar e meu cérebro começou a rodar dentro da caixa craniana.
Descolei um lugar na janelinha, bem ao lado da asa, o que aumenta ainda mais a sensação de tontura. Quando as turbinas são ligadas e aquele negócio começa a correr só te resta torcer. O problema é que como você não tem referência nenhuma nunca sabe o que está por vir. E sua cabeça só martela aquele acidente de 1996, enquanto o avião, já no ar, vira para a esquerda a fim de acertar a rota.
Continua na parte II
*Homenagem a Belchior
**Homenagem a Regina Duarte
5 comentários:
Hahaha, que horror, Carol! Mas voar por Congonhas é sempre muito emocionante mesmo, né? Credo.
E o pior foi o diálogo com o pessoal da Varig. Como assim "se o avião cair, senhora, nós temos que contatar a sua família"? Fala sério!
;)
Identificação total com o post. A minha primeira viagem de avião foi há um ano exatamente.
"Quando as turbinas são ligadas e aquele negócio começa a correr só te resta torcer. O problema é que como você não tem referência nenhuma nunca sabe o que está por vir." É exatamente isso.
E eu confesso: tenho medo!
Não te falei, né? Quinta-feira vou andar de avião, e o seu relato não me ajudou em nada, hahahaha!
Quanto à morbidez das empresas aéreas, bom... a Gol me mandou um e-mail dizendo que, por eu ter pago 6 pratas a mais nas passagens, mamãe tem direito a receber 50 mil dinheiros caso... você sabe.
Acontece (mas espero que não). Agora, só falta esperar pra sentar na 22F do avião na quinta à tarde e curtir a folga tripla! =)
Fábio - O pior é que, se você for pensar, eles têm total razão em fazer isto. Dizem que uma das maiores complicações depois do último acidente da TAM foi justamente contatar os familiares da vítimas...
Thá -Puxa, eu também tenho meus momentos de Regina Duarte, mas se alguém me convidar para ir de novo, nem penso duas vezes.
Held- Mas o senhor está todo pimpão ultimamente, né?! Para onde vai?
Farei uma viagem hiper curta como a sua. Sou carioca e estarei rumo a terra da garoa em uma semana na minha primeira viagem de avião. Francamente adorei seu relato mas convenhamos: Não há sotaque mais gostoso que o dos cariocas. Agora, só pra contar... Espero que a minha viagem a Sampa seja realmente tranqla como foi a sua ao Rio.
Bjs
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