1 de junho de 2007

Sobre o que eu deveria ter sido (parte I)

Realmente gosto muito do que eu faço, mas andei pensando que talvez pudesse ter tomado outro rumo na minha vida - caso tivesse a percepção que tenho hoje de futuro e o que realmente dá muito dinheiro rápido e com riscos relativamente reduzidos. Desta forma, cheguei a algumas ex-opções de carreira que, infelizmente, só um milagre fará com que eu as siga a esta altura do campeonato.

Para não escrever muito e perder a atenção dos meus leitores, vou soltar minhas sugestões por partes. Se, assim como eu, você já está velho demais para seguir, fica como dica de o que fazer com os seus filhos.

Tenista
Eu nem queria ser uma Sharapova da vida (que tem celulite, vocês viram?). Então vamos pegar um exemplo mais humilde: Jenifer Widjaja, atual número 1 do Brasil e 219ª colocada no ranking mundial. Ela nasceu poucos dias após eu completar meu primeiro ano de vida e, de acordo com a WTA, já acumula 59.601 dólares em premiações na carreira.

Agora, convenhamos... quem já ouviu falar dela? Sem desmerecer nossa jovem atleta, mas poucos, muito poucos. E ela jamais chegou à final de uma competição do circuito profissonal. Para quem não sabe, mesmo que o tenista seja eliminado no começo de um torneiozinho qualquer por aí, ele leva uma graninha, que (oh, surpresa!), ultrapassam os meus rendimentos mensais.

Como exemplo, vamos pegar o número 219 do ranking masculino, que é o alemão Tobias Summerer, de 24 anos. Profissional desde 2002 e com ganhos acumulados de 155.901 dólares. Para cair na terceira rodada do obscuro Torneio de St. Brieuc, na França, em 2006, ele levou 260 dólares. Isso tudo sem contar a possibilidade de viajar o mundo para competir e conhecer muita gente rica e bonita.

Mas confesso que, como atleta, gostaria de ter um pouquinho mais de êxito. Se eu voltasse a ter os meus seis anos, mas com a maquiavélica mente de hoje, pediria para mamãe me deixar treinar tênis já com essa idade. Sim, tênis é um esporte um pouco caro no começo, mas depois que você arruma um patrocínio para bancar suas pequenas despesas, o retorno não é nada desprezível, como vocês podem ver.

Passaria muitos e muitos anos me prepararando. Quando tivesse mais ou menos a idade que tenho hoje estaria preparada para vencer um Grand Slam, um dos quatro torneios mais importantes do mundo (Aberto da Austrália, Roland Garros, Wimbledom e Aberto dos EUA). Para me tornar um mito e ter o gostinho de ser a primeira, me focaria na disputa francesa ou na australiana, que são as únicas Maria Esther Bueno não levou atuando individualmente.

Seria como Guga em 1997: chegaria lá como uma "maria-ninguém" e... campeã! Muita badalação, festas, elogios, dinheiro (R$ 2,8 milhões, se eu ganhasse esse ano), etc, etc. Obviamente, a imprensa toda estaria querendo fazer reportagens comigo. Para isso, eu arrumaria uma assessora de imprensa bem insuportável, como a do nosso amigo. Então, voltaria ao Brasil, faria o maior fusuê, participaria do "Arquivo Confidencial", do Faustão, convocaria uma entrevista coletiva e anunciaria que estava encerrando a minha carreira por ali.
Aí, eu colocaria meu dinheiro em uma conta-poupança e viveria da renda dos juros que ela proporciona. Simples assim. É, a (o) minha (meu) filha (o) já está com o destino traçado.

3 comentários:

Anônimo disse...

Quer dizer que eu seria amigo de uma tenista consagrada, é? Ops, não... Não teria te conhecido, na verdade. Humpf.

E a Sharapova é linda. Celulite não conta - todas têm. E ela pode.

:)

Anônimo disse...

Hahahahaha!!!! Quer dizer que eu perdi a chance de entrevista Carol Canossa, tenista número 6 do mundo e campeã da edição de 2008 do Aberto da Austrália? Desde que sua assessora seja mais "prática" do que nossa amiga Lanova, da ginástica, eu toparia enfrentar a sabatina para entrevistar! Afinal, não é qualquer torneiozinho, né?

Mas concordo com Fábio! De mulher sem celulite, basta a Raica - gostosa como uma bolacha de água e sal, não?

Exijo continuação para este post. Tinha feito algo semelhante há uns tempos, sobre a faculdade de Direito - embora ser piloto de Fórmula 1 deva ser mais legal!

Beijão!

Yuri disse...

Mano, se você acha que aquilo lá é celulite, o que eu tenho na perna? OK, não precisa responder.

Ah, às vezes eu fico pensando como estaria a minha vida caso eu tivesse continuado no M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O mundo fashion e concluo que talvez eu só estivesse feliz por ser magra. Ou nem isso.

Enfim, a gente nunca tá satisfeita com a vida que leva, é clichê mas é verdade. Vide Britney, Lindsay Lohan e Paris Hilton. Esta, inclusive, vai cumprir hoje o primeiro dos 23 dias de prisão.

Resumindo, eu queria muito ser, tipo, a editora de moda da Vogue, mesmo ganhando pouco. Imagina o que ela deve ganhar de jabá...