Cidade Maravilhosa
Duas semanas atrás, no subúrbio do Rio de Janeiro a trabalho.
Entrevistado: Blá, blá, blá, blá... então (apontando para a janela do apartamento), porque esse morro aí atrás é 90% tranqüilo.
Só então reparo que através da referida janela é possível visualizar uma favela comunidade quando se olha para cima
Eu (pensando): Puxa, mas que que tem? Não seja preconceituosa, Carolina
Dez minutos depois, dois estampidos.
Entrevistado (como se nada tivesse acontecido): Blá, blá, blá, blá...
Eu (pensando): Não seja preconceituosa, Carolina. A violência do Rio de Janeiro também não é taaaanta assim. Isso deve ter sido rojão. Ou escapamento de carro. Deixa de ser neurótica!
Mais dez minutos:
Entrevistado: Blá, Blá, blá, blá... então, porque de vez em quando a gente ouve uns tiros aqui, como esses que vieram do morro agora há pouco...
Eu (pensando e fazendo esforço máximo para não demonstrar minha cara de desespero): COMO ASSIM, SEU MALUCO? OS CARAS ATIRAM AÍ NO MORRO E VOCÊ FICA COM ESSA CARA DE “PUXA, QUE NORMAL”?. E SE UMA BALA PERDIDA ME PEGA AQUI? A INDENIZAÇÃO DA FIRMA NÃO É TÃO GRANDE. ONDE É O AEROPORTO MESMO?
Louco, esse Rio de Janeiro.