31 de dezembro de 2008

Cidade Maravilhosa

Duas semanas atrás, no subúrbio do Rio de Janeiro a trabalho.

Entrevistado: Blá, blá, blá, blá... então (apontando para a janela do apartamento), porque esse morro aí atrás é 90% tranqüilo.

Só então reparo que através da referida janela é possível visualizar uma favela comunidade quando se olha para cima

Eu (pensando): Puxa, mas que que tem? Não seja preconceituosa, Carolina

Dez minutos depois, dois estampidos.

Entrevistado (como se nada tivesse acontecido): Blá, blá, blá, blá...

Eu (pensando): Não seja preconceituosa, Carolina. A violência do Rio de Janeiro também não é taaaanta assim. Isso deve ter sido rojão. Ou escapamento de carro. Deixa de ser neurótica!

Mais dez minutos:

Entrevistado: Blá, Blá, blá, blá... então, porque de vez em quando a gente ouve uns tiros aqui, como esses que vieram do morro agora há pouco...

Eu (pensando e fazendo esforço máximo para não demonstrar minha cara de desespero): COMO ASSIM, SEU MALUCO? OS CARAS ATIRAM AÍ NO MORRO E VOCÊ FICA COM ESSA CARA DE “PUXA, QUE NORMAL”?. E SE UMA BALA PERDIDA ME PEGA AQUI? A INDENIZAÇÃO DA FIRMA NÃO É TÃO GRANDE. ONDE É O AEROPORTO MESMO?

Louco, esse Rio de Janeiro.

26 de dezembro de 2008

Interior

Um Feliz Natal a todos, antes de tudo. Ignorem o fato de hoje já ser dia 26.

O bom de Minas Gerais é que só uma pessoa da minha família tem, ao mesmo tempo, internet banda larga em casa e intimidade suficiente comigo para que eu possa usá-la sem criar clima de constrangimento. Mas como ela prefere me ensinar a lavar o Carnossa da maneira correta (estava sujo que só...), só abri meu e-mail uma vez desde sábado.

Incrível como a gente consegue se livrar fácil, fácil dessas coisas de computador. Aproveito então para exercer meus dotes de babá, que só aparecem uma vez ao ano, justamente nesta época. Ao todo, são oito crianças de até dois a seis anos - todas devidamente uniformizadas com a camisa verde-limão do Palmeiras e que tiram um sarro da tua cara porque você puxa o erre, um absurrrrdo por aqui.

Mas abriu uma lan house aqui perto e o vício não resistiu. Só que já, já vou embora porque é preciso comprar pão de queijo, que são incrivelmente baratos por aqui. Dá até raiva de pagar mais de um real a unidade em São Paulo.

São Paulo? É, eu vi na parabólica que está chovendo a cântaros lá, assim como no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Aqui chove e esquenta, chove e esquenta. A passagem de volta está marcada para domingo (por que a São Silvestre não é em maio?), mas a chegada mesmo no Tietê é só na segunda. Longe demais, principalmente quando quatro caras ficam a VIAGEM INTEIRA conversando e mexendo com o povo. Inacreditável a minha sorte para essas coisas.

O ruim de lan house é que eu sempre acho que o tempo está acabando e isso potencializa a procrastinação de não escrever nada aqui. Então, eu leio um monte de blog em uma mal feita leitura dinâmica, dou uma passada lá no serviço que ninguém é de ferro (workholic!), vejo os e-mails, lembro que o Rodrigo deve estar p*to da vida porque eu não cumpri a promessa de organizar as traduções...

Graças a Deus, o pequi ficou longe de mim dessa vez. Nem o cheiro eu senti. O celular também não pega por aqui, graças aos bons serviços prestados pela Vivo. Mas tem até o lado bom porque o isolamento te faz pensar tudo e refazer as promessas não-cumpridas dos anos anteriores. E que é claro não serão cumpridas de novo (ou não).

Ah, e também dá para pesquisar bastante nos camelôs a quarta temporada de Lost, que eu não consigo baixar no meu computador paulista nem por milagre. Igualmente bom para se livrar dos calos do show da Madonna ((modo gay on) Diiiiivvvvvaaaaaaaaaa (modo gay off)).

Interior é assim.

13 de dezembro de 2008

O espírito natalino

Estava lá eu essa semana, sentada quietinha em um dos bancos da frente (e solitários) do ônibus, lendo o meu livro sossegada. Daí, no ponto em frente ao "Quarteirão da Saúde", em Diadema, entra um cara com toda pinta de mano e fala/grita para o motorista:

- Tem duas muié brigando no busão aí da frente!

Pensei comigo: "Ah, esse mano aí só tá querendo tirar uma com a cara do motorista...". E voltei a ler o livro.

Só que segundos depois, comecei a ouvir de longe gritos de mulheres. O referido ônibus da frente também começou a demorar mais que o normal para sair do ponto. Porém, como eram daqueles veículos sem janela traseira e na calçada nada de anormal acontecia, pensei comigo: "Ah, fiquei com a história no inconsciente e estou imaginando coisas...". E voltei a ler o livro.

Nem uma frase lida depois, eis que surgem na calçada duas mulheres, uma mais agarrada que carrapato no cabelo da outra, com olhar de "Chuck, o Brinquedo Assassino" e soltando toda sorte de impropérios.

Não preciso nem dizer: é óóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóbvio que a esta altura todo o meu ônibus já estava na janela em busca do melhor lugar para acompanhar a briga. Posso dizer que era uma privilegiada porque da minha posição eu tinha uma boa visibilidade para o duelo. Mas certamente eu iria para a janela se não estivesse lá.

Foi então que surgiu um cara, daqueles gordo e alto (o popular armário), e conseguiu separar as duas, que continuavam ensandecidas e gritando palavras que eu não vou reproduzir aqui porque isso é um blog de família. Uma delas então pegou um objeto preto - imagino que fosse a bolsa da outra - e jogou no meio da rua entre os carros. Isso voltou a emputecer a adversária, que só foi segurada pela turma do deixa-disso.

Então, entre cabelos desgrenhados e unhadas na cara, os ônibus partiram e começou o debate. "Por que briga de mulher é só cabelo? Tem que dar é chute no estômago!", uma disse. Outro, que havia entrado no ônibus durante a confusão, completou: "O cara que estava separando tinha jogado as duas para fora do ônibus com tudo. Ha-ha-ha". Mas quem resumiu tudo, com muita sabedoria, foi o motorista:

"É o espírito natalino".

7 de dezembro de 2008

Mais uma profissão descartada

Quando eu era pequena, lá pelos meus 7 ou 8 anos (acho), houve um tempo, na verdade alguns dias, no qual eu fiquei absolutamente alucianada por futebol. E quando eu escrevo alucianda aqui, é alucinada mesmo: eu via alguma referência ao esporte bretão em qualquer coisa que estivesse ao meu redor.

Foi nesta fase, mais ou menos, que eu comecei a sonhar com resultados de algumas partidas. Claro que, não sendo eu filha da Mãe Dinah, nem sempre os placares reais correspondiam ao do meu inconsciente. Mas uma coisa era batata: se eu sonhasse que o Palmeiras perdia, o Palmeiras perdia mesmo.

Foi assim com o Campeonato Paulista de 1995, quando perdemos para o Corinthians. E olha que nessa época o meu fanatismo já tinha diminuído bastante, se comparado ao que tinha sido.

Pois bem, de uns anos para cá, eu simplesmente parei de sonhar com resultados. Essa semana, porém, as "premonições" voltaram e eu tive a oportunidade de saber se elas estavam melhores que antigamente, ou seja, eu prevendo placares de jogos que não eram do Palmeiras.

Tudo bem que a coisa já começou mal: no meu sonho, o São Paulo jogava pela última rodada do Brasileirão 2008 no Morumbi e contra o Atlético-MG. Licenças poéticas, à parte, o resultado era o mais bizarro: com cerca de 30 minutos de jogo, o Galo já vencia por 3 a 0. Mas o jogo não estava definido, os paulistas correram atrás e em outro momento do sonho a desvantagem era só de um gol: 4 a 3.

Por uma dessas coisas loucas de sonho, não lembro de mais nada depois disso, só o pós-partida; Atlético 6 a 3 e Grêmio campeão. Bom, como todo mundo que não mora em Marte já sabe, os resultados passaram bem longe disso, dando a certeza de que minha vocação não é mesmo para vidente.

Complemento: Antes que os são-paulinos se manifestem: sim, pensando racionalmente foi merecido, eu admito. Em um outro post, eu explico o que eu achei disso tudo. E espero assim encerrar o assunto futebol em 2008.

Em tempo: a fase alucinada por futebol acabou quando eu levei uma senhora bronca dos meus pais - provável que eles nem se lembrem disso - depois de dizer: "Olha, Brasil e Equador estão jogando" ao passarmos, de carro, diante de uma dessas quadras de futebol society em São Paulo. Lembro que fui absolutamente proibida de falar de futebol, tamanho era o saco cheio deles.

6 de dezembro de 2008

Nova fase

"Esse Papai Noel parece um velho ermitão tarado"

Este foi o primeiro comentário que minha mãe fez quando eu, toda empolgada, a chamei para ver o novo design do Nossa, Canossa. Como o Natal já está logo ali e, consequentemente, serei obrigada a mudar a imagem, resolvi ignorar a referida observação.

Aliás, trocar a imagem acima com uma frequência aleatória é uma das idéias para a nova fase deste blog que, tadinho, andava meio abandonado (a ponto de tomar um puxão de orelha público do Bianchin). Culpa da ressaca olímpica, da loucura da Fórmula 1, de uma série de mudanças aqui e acolá e, principalmente da minha procrastinação.

Tentarei - mas não garanto nada - evitar que este espaço continue adepto do slow-blogging. Aos poucos também quero dar uma melhor atualizada nos links da direita. É, eu leio várias páginas que não estão aí, mas estou com preguiça de procurar agora.

Resolvi ainda acabar com aquele brega estiloso verde-laranja (Deus, onde estava o meu bom gosto esse tempo todo?). Foram alguns bons minutos de luta contra o Photoshop e, principalmente, contra o maldito plugin do Flash do meu Firefox, que insiste em dar pau, no mínimo, uma vez a cada dez minutos, fechando o navegador.

Enfim, comentem as mudanças se acharem que devem comentar. Ou não.