23 de setembro de 2008

The greatest deaths in the world

Semana passada, em um ônibus paulistano:

Pessoa 1 - Blá, blá, blá, blá (alguém falando alto algo que eu não sei o que era porque estava mais preocupada pensando na morte da bezerra)...

Pessoa 2 - Ow, não fala isso não. O pai de uma amiga minha matou uma mulher com um carrinho de supermercado!

(modo despertar minha atenção em alerta máximo on). Eu - (pensando) COMO ASSIM? ELE É SEM NOÇÃO AO PONTO DE JOGAR O CARRINHO NA CABEÇA DELA?

Todos os amigos da Pessoa 2 presentes - COMO ASSIM? ELE É SEM NOÇÃO AO PONTO DE JOGAR O CARRINHO NA CABEÇA DELA?

Pessoa 2 - Ah, não sei direito. Parece que quando ele era novo estava apostando corrida com um carrinho de supermercado, atropelou a mulher, ela caiu e morreu.

Já dizia Guimarães Rosa: viver é negócio muito perigoso.

Quer saber mais sobre mortes bizarras? A Wikipédia tem uma lista cronológica sobre o assunto.

21 de setembro de 2008

O trabalho da semana

Se tem uma coisa que eu gosto de fazer, é entrevistar. Mas não fazer duas ou três perguntinhas, onde a resposta será "nós respeitamos os adversários e o importante é sair com três pontos". Eu curto mesmo é entrevistão, à la Playboy, onde a personalidade pouco a pouco vai se soltando e falando coisas legais. Não precisa ser nada que vá derrubar a República, mas algo através do qual você a conheça melhor.

E sabe quando você sai de um lugar satisfeito, com a impressão de que cumpriu um objetivo? Pois é, foi bem assim que eu me senti na última terça-feira, quando fui a um treino do São Caetano falar com a Fofão. Apesar da promessa da assessoria de imprensa de que eu conseguiria conversar com ela, nada me garantiria que ela estaria master disposta para ficar alguns bons minutos conversando com um veículo que, admitemos, não tem lá a divulgação de nenhuma Globo.

Mas, ok, o que custa tentar, não? E foi com esse espírito que eu me debandei rumo a outra parte do ABC paulista durante a manhã. Um pouco de paciência para esperar uma avaliação física interminável, mais um tanto para deixar outros jornalistas trabalharem e... voilá! Consegui algo que julgo um dos melhor trabalhos da minha vida - não que isso signifique alguma coisa para o planeta Terra.

A ordem das perguntas não era exatamente a que foi publicada, mas houve pouquíssima edição, o que deve significar que alguma coisa do material presta - até houve algumas reações favoráveis pelo "Fale Conosco" do site e em comunidades do orkut e blogs de vôlei. Claro que, seguindo o espírito canossiano, eu achei que vários aspectos poderiam melhorar, outras coisas poderiam ser perguntadas, mas... enfim. É o que temos.

Ah, sim: já sob a influência de um editor internacional, agora a Gazeta Esportiva segue algumas das maiores publicações do mundo e publica uma foto do repórter no trabalho. Prestigem lá e digam o que acharam aqui (mas se criticarem, eu mando um vírus para o infeliz).

18 de setembro de 2008

"Antigamente é que era bom"?

Se tem algo que me irrita profundamente, são aquelas pessoas que ficam repetindo a todo momento que "antigamente é que era bom". Primeiro, porque demonstra uma rabujice sem limites e segundo porque isso não passa de uma crítica involutária a si mesmo: se "antigamente é que era bom" por que você/a sua geração deixou que as coisas virassem um lixo?

Não estou dizendo com isso que eu não gosto do passado ou que espanco meus avós. Pelo contrário. É que recentemente, eu tive uma prova escancarada de como as pessoas deixam-se levar por tais mitos e sentam no próprio rabo não agem de acordo com as suas palavras.

Durante as (toc-toc-toc) Olimpíadas, eu tinha que sair beeem cedo de casa, porque moro no fim do mundo tinha que bater ponto às sete da matina e fazer a cobertura dos fatos da noite pequinesa. Daí que um "dia" (entre aspas porque nem havia amanhecido ainda), eu estava chegando ao terminal próximo de casa quando, na hora de pegar o bilhete, caiu uma moeda da minha carteira.

Bem na minha frente, já passando pela catraca, estava um senhor - aliás, o número de idosos que pegam ônibus de manhã é inacreditável. Devem gostar de sofrer já que, na condição de aposentado de muitos deles, era plenamente possível fazer quase tudo em horários menos caóticos do transporte público.

Voltando: Minha moeda fez um baita barulho porque caiu justamente em cima daquela proteção de metais que cobrem o chão em volta de algumas catracas. Ou seja, bem perto dele.

O senhor se abaixou e pegou a moeda. Então, olhou para os dois lados ao melhor estilo pantera cor de rosa no auge da investigação e, "disfarçadamente", a colocou no bolso. Ok, ele não precisava saber que a moeda era minha, pois havia outras pessoas perto. Porém, moedas não costumam surgir do nada em chãos de catracas, de maneira que era óbvio que havia caído da carteira de alguém atrás dele.

Eu olhei a cena e desacreditei. Iria dar uma voadora nas costas dele Deixei quieto porque era somente cinco centavos e comecei a rir sozinha da situação. Uma pena que não existem remédios para caráter, senão me sentiria satisfeita em contribuir.