27 de maio de 2008

Fooooiiiii por medo de avião*.... (parte 2)

Quando você finalmente chega à conclusão que o avião não vai cair (não ao menos na decolagem), é a hora de curtir. Afinal, não é só porque você está cheia de náuseas, com as mãos suadas e morrendo de medo que você não vai admirar a cidade bem pequenininha lá em baixo, uma praia qualquer ao longe... e, claro, o lanchinho da companhia aérea. Aliás, esta foi uma surpresa muito boa, até porque depois de horripilantes relatos da comida da Gol, só tenho a elogiar a Varig neste aspecto - além disto, os funcionários da companhia em todo momento se mostraram corteses e simpáticos, especialmente na hora de fazer a engraçada coreografia do cinto de segurança, de como destravar os bancos para eles flutuarem na água e outra coisas do gênero.

Fico pensando que deve ser muito chato você estudar pra caramba até ser aeromoça e todo santo dia ter que repetir aquila dança algumas vezes. Pior: sem que 90% dos passageiros olhem na sua cara. Então, para prestigiá-los, como eu estava morrendo de medo e queria saber todas as técnicas de sobrevivência, eu acompanhei tudo muito atentamente.

O problema de ir ao Rio de Janeiro é que a viagem é muito curta. Mal recolhem o lanchinho e os procedimentos de pouso já estão sendo efetuados. Desta vez, porém, estava mais tranquila, pois me distrai brincado de Google Earth real ao tentar localizar alguns pontos turísticos. Achei o Cristo (fácil) e o Maracanã (u-hu!), além de ter ficado abismada com o fato de praticamente todos os morros da cidade (e não são poucos) terem uma favela - sem contar que casas/prédios com piscinas ficam a poucos metros de barracos.

Sobre o Rio, infelizmente não posso falar muito, pois o meu destino era no Centro -, vulgo não muito longe do Santos Dumont. Óbvio que peguei o táxi amarelo-e-azul e fiquei cantarolando baixinho qualquer música bossa nova em referência à cidade, além de conversar com o simpático taxista que me falava a respeito de alguns prédios históricos da região e de os prédios onde boa parte das decisões econômicas importantes do país são tomadas (Petrobras, BNDES, Caixa...).

Feito o que havia de ser feito ainda deu tempo de colecionar algumas impressões do Rio. Primeira: o centro da cidade é bem parecido com o centro de São Paulo, seja em suas coisas boas ou ruins - exceto talvez pela presença ostensiva do Metrô por aqui. Segunda: destruindo todos os mitos possíveis e imagináveis, ninguém lá ostenta um climão informal durante uma segunda-feira. Todos andam relativamente arrumados e apressados de um lado para o outro, exatamente como os paulistas. Terceiro: os cariocas que me perdooem, mas o sotaque deles é muito, muito chato, apesar de ótimo para imitar. Quarto: não, você não vai sair do aeroporto/rodoviária e já ser assaltado/quase atingido por uma bala perdida. Quinto: o trânsito é absurdamente caótico, mas os lugares não são tão longes quanto na terra do Borba Gato.

De volta ao aeroporto, depois de sem querer bater a porta do táxi em qualquer coisa de concreto na rua - e quase ser morta por isso, possivelmente sendo salva de uma visita não-planejada a qualquer morro apenas porque o carro tinha um rastreador da cooperativa (ou por que será o motorista mal me dirigiu a palavra durante o trajeto?), foi a hora de passar por novas estréias aeroportuárias. Pela primeira vez eu fui trocar uma passagem: afinal eram 17h30, meu vôo só saía às 19h00 (sem atrasos) e, com um laptop na mochila, não é muito prudente andar pelo anoitecer carioca (sou paulista, mas não sou otária).

Até reparei que estavam chamando um vôo para Congonhas bem naquela hora, mas só depois fui percebi que essa era a minha última chance se eu quisesse antecipar a volta - o vôo das 18h20 da Varig para Congonhas havia sido cancelado e até hoje eu não faço a menor idéia se é possível você descolar uma vaga em outra companhia. Então, fiz minha estréia correndo como uma louca por um aeroporto desconhecido para pegar um avião.

O legal é que mal entrei no avião e a imaginação voltou a funcionar. Afinal, eu poderia ser tema dos jornais da terça: se aquele avião caísse, eu seria a pessoa-que-não-era-pra-estar-naquele-vôo-mas-o-destino-quis-assim. Se fosse o seguinte que se espatifasse, eu seria aquele personagem clássico que-era-pra-estar-no-vôo-mas-o-destino-não-quis-assim. Do alto, a bela vista do Rio à noite (ainda volto lá com tempo), deu uma distraída e uma certa depressão: como, nos últimos 50 anos, conseguiram cagar um lugar tão bacana como aquele?

Deixando filosofias baratas de lado, o problema do Brasil é que como já aconteceram todos os tipos de acidentes aéreos (decolagem, ar e pouso) você nunca fica tranquilo e logo acha que um Legacy ou um padre maluco podem interceptar sua aeronave. Porém, há sempre com o que se distrair, especialmente quando você senta em um dos primeiros bancos e acompanha de perto todo o trabalho dos comissários - o que rende reações do tipo ficar tenso ao ver a chefe das comissárias atender o "telefonema" do comandante, fazer uma mega cara de séria como se o avião tivessem em pane e depois responder: "Tá, mas o seu café é com leite ou sem?". Deve ser sacanagem, caso pensado com certeza.

Mas minha força mental se vingou, só que atingiu o funcionário errado. Na hora do pouso, a chefe foi puxar o banquinho especial que eles sentam, deixou-o escapar e o outro carinha - que não olhou para sentar - quase protagonizou a melhor videocassetada vista por mim in loco nos últimos tempos. Para terminar (ufa), descer em Congonhas é sempre uma emoção à parte, especialmente quando o piloto tem um estilo um pouco mais brusco e a revista ao seu lado acaba indo parar lá na frente. E assim terminou tudo.

Dá medo, mas no final esse negócio de andar de avião é muito divertido.

Uma boa noite, obrigado por escolher o Nossa, Canossa! e até a próxima viagem.

*Homenagem a Belchior

22 de maio de 2008

Fooooiiiii por medo de avião*....

A semana foi cansativa, fato especialmente impulsionado porque eu levantei por volta das 4h30 da manhã na última segunda-feira e só fui dormir umas 23 horas - neste meio tempo, contabilizei aproximadamente umas 13 horas de expediente ou quase dois dias de trabalho. Mas, apesar disto, será um dia que ficará guardado na área de boas lembranças da minha memória. Tecnicamente não foi, mas vou considerar para sempre o dia 19 de maio como "a primeira vez que andei de avião na vida".

Digo tecnicamente não foi porque já havia quando tinha cinco anos de idade, em uma viagem para Minas. Mas acontece que eu não lembro de nada e esta oportunidade só não se perdeu na memória para sempre por causa de um ou duas fotos da janelinha que eu tenho aqui em casa, além da impagável história de que eudei escândalo no aeroporto porque um homem, vulgo funcionário da Varig, estava roubando a minha mala. Mamãe diz que foi difícil me convencer de que não era bem um roubo que estava acontecendo. Pobre é fogo.

Bom, desta vez eu estava mais grandinha e não fiz escândalo por causa da mala. Na verdade, nem havia mala, porque a viagem foi rápida (ida e volta no mesmo dia) e um mochila de mão, ao melhor estilo rodoviária, era mais que suficiente. Mas eu juro que não faria escândalo se houvesse uma mala. Aliás, dei até sorte porque a fila no meu check-in estava infinitamente menor que a de outros vôos nacionais da mesma companhia.

- A senhora poderia fornecer um número de telefone para contato?
- Claro. Pode ser meu celular?
- Infelizmente, não. Tem que ser um número que não seja somente seu.
- Mas por quê?
- Er... porque se o avião cair, senhora, nós temos que contatar a sua família.
- ....

Enfim, segunda-feira foi a primeira vez na vida que eu também enfrentei um atraso em vôo. Foram cerca de uma hora e meia a mais na ida. Porém, como o vôo havia sido marcado bem cedo justamente considerando-se vestígios do caos aéreo brasileiro, pouco importava. Como primeira a chegar na sala de embarque, estava mais preocupada em olhar a cara dos outros passageiros e tentar descobrir quem seria cada um em Lost caso aquela joça caísse em uma ilha no meio do Atlântico. Tinha uma loira falsa meio masculinizada que não desgrudava de um homem. Certeza que era uma mistura de Kate com Ana Lucia. Até o Jack eu vi, só que mais acabadinho.

Além do atraso, segunda pela primeira vez eu enfrentei mudanças na sala de embarque em cima da hora e fiz minha primeira peregrinação por Congonhas. Neste caminho, acabei topando com alguém que eu acho que era a Adriana Esteves, com uma puta cara fechada e de sono. Como eu iria embarcar na Ponte Aérea, imaginei que como boa global ela pegaria o mesmo vôo, de maneira que eu pensei que se aquela joça caísse, meu nome mal apareceria no jornal porque o assunto seria a morte dela em mais uma tragédia aéra brasileira.

Como vocês podem perceber, eu estava meio obsessiva com a idéia daquele 737 da Varig cair. Sim, segunda-feira descobri que eu tenho medo**. Depois de pegar o onibusinho até o meio da pista (aliás, o que são aquelas duas sucatas de Vasp em um cantinho de Congonhas?) e subir no avião, minha mão começou a suar e meu cérebro começou a rodar dentro da caixa craniana.

Descolei um lugar na janelinha, bem ao lado da asa, o que aumenta ainda mais a sensação de tontura. Quando as turbinas são ligadas e aquele negócio começa a correr só te resta torcer. O problema é que como você não tem referência nenhuma nunca sabe o que está por vir. E sua cabeça só martela aquele acidente de 1996, enquanto o avião, já no ar, vira para a esquerda a fim de acertar a rota.

Continua na parte II

*Homenagem a Belchior
**Homenagem a Regina Duarte

21 de maio de 2008

Só uma coisa a dizer...

(Crédito: AFP)

CCCCHHHHUUUUUUUUPPPPPPPPPAAAAAAAAAAA, BAMBIS!

Amo desgraças futebolísticas alheias.

16 de maio de 2008

O MP3 do capeta

De uns dois anos para cá, multiplicaram-se o número de fones de ouvido nos ônibus deste país. Influencia direta do governo Lula ou não, o fato é que atualmente todo mundo tem um MP3 ou um MP4. Tanto que eu não me surpreenderia nem um pouco se estivesse andando na Paulista e o mendigo que mora em frente à Cásper estivesse deitadão em plena calçada curtindo um vídeo do YouTube.

Sabem, essa popularização da tecnologia é uma coisa muito bacana de verdade. Mas, putaquepariu, quem foi o fidumaégua que inventou o maldito-celular-que-toca-MP3-sem-fone-de-ouvido? Tomara que fique broxa/frígida o resto da vida. O infeliz achando que teve uma boa idéia spo conseguiu pentelhar ainda mais a vida daqueles pobres seres que precisam conviver com a falta de educação das pessoas deste país.

Explico. Ultimamente não é nada raro você estar tranquilo em seu ônibus tentando cochilar quando ouve um som. Um som que começa baixinho, quase um ruído. De repente, você já está olhando toda a carroceria tentando entender onde está acoplado o rádio naquele veículo. Só aí você se dá conta que um filho de uma mãe de moral duvidosa resolveu compartilhar o seu gosto musical com todos aqueles pecadores, incluindo você.

O que já seria (extremamente) incômodo se torna ainda pior com a qualidade das músicas. Pagode, daqueles "tocados" por sete caras que ficam fazendo passinhos na TV e rimam "amor" com "dor", são os preferidos. Estes dias mesmo fui torturada uns 30 minutos quando estava voltando para casa. Por alguns segundos, o dito cujo trocava e ficava ouvindo a narração do jogo do Curintia, mano.

No dia seguinte, tendo demorado uns 30 minutos a mais para sair do serviço, estou aguardado o coletivo iniciar sua viagem quando... sim, isto mesmo. Descobri que o infeliz estava acompanhado por dois amigos, todos com aquela cara que seu inconsciente preconceituoso te manda ter cuidado (e em 90% das vezes, ele está certo; nos outros 10% era ainda pior). Desta vez, além do tradicional pagode-meloso e seu "olho-nos-seus-olhos-tchu-tchu-tchu", havia pessoas acompanhando a música baixinho.

Era o Armadgedon, mas o cremé-la-cremé da noite foi quando eles colocaram "Robocop Gay" para tocar. Sim, eles fizeram isso em pleno ônibus lotado. Quando eu já estava prestes a quebrar a janela do ônibus com uma cabeçada e enfiar um caco de vidro no meu próprio pescoço, eles desceram. Melhorou um pouco, mas por via das dúvidas estou rezando todos os dias pedindo que o celular seja um daqueles Motorolas que explodem quando a gente carrega a bateria.

9 de maio de 2008

Just a question

O que você imagina quando um contato homem, que você achava que era homem, do seu MSN aparece com o seguinte nick:

Fulano - 16 dias, I will survive \o\|o| /o/|o| \o\|o| /o/

Será que depois do Ronaldo todo homem agora resolveu se revelar?